|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PFL mantém indecisão sobre CPMF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PFL manteve o governo mais
uma vez refém da votação da
emenda que prorroga a CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira). Depois de três horas e meia de reunião, a bancada do partido decidiu fazer novas consultas.
À noite, após reunião na casa do
presidente do PFL, o senador licenciado Jorge Bornhausen (SC),
a cúpula do partido informou que
o mais provável é que a emenda
seja votada na próxima semana.
A declaração anteontem do presidente Fernando Henrique Cardoso -de que poderia ter sido
eleito sem o PFL- foi mais um
ingrediente na crise, prejudicando um possível entendimento entre o partido e o governo para a
votação da CPMF.
Para explicar o adiamento da
decisão, o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), usou
uma frase adotada pelo ex-presidente Fernando Collor, no período da crise que resultou em sua
cassação. "O tempo é o senhor da
razão. O tempo será aquele que
for oportuno. Tudo tem o seu
tempo perante o céu", disse.
Sem o PFL, maior partido na
Câmara, o governo teme ser derrotado na votação em segundo
turno da emenda, que precisaria
ser promulgada até o dia 18 de
março para evitar a suspensão da
cobrança. Não há mais tempo. A
previsão é que o governo perca R$
400 milhões por semana com a
suspensão.
"O PFL é vital para essa aprovação. Se pudesse votar sem o PFL,
já teria colocado em votação na
semana passada", afirmou o presidente da Câmara, Aécio Neves
(PSDB-MG).
Inocêncio classificou a declaração de FHC de "infeliz". "O presidente vinha tão bem ultimamente, elogiando o PFL, e, de uma hora para outra, tem uma recaída
dessas", disse Inocêncio.
O deputado Paulo Magalhães
(PFL-BA), sobrinho do ex-senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), disse que a declaração
mostra o caráter do presidente.
"Isso ratifica o traço de ingratidão
da personalidade do presidente."
Por meio do presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG),
que almoçou com FHC ontem, o
presidente tentou explicar que
sua intenção era "valorizar" o
partido. "O presidente disse que
seu interesse foi na verdade valorizar o PFL e essa era sua intenção,
por mais que a frase solta possa ir
em sentido contrário. Ele reiterou
isso e foi mostrar que o PFL não
fez uma aliança eleitoral, mas
uma [aliança" programática",
afirmou Aécio, ao sair do almoço.
(DENISE MADUEÑO E RAQUEL ULHÔA)
Texto Anterior: Tucanos se solidarizam com Fortes Próximo Texto: Eduardo Jorge: "Antonio Carlos está enganado" Índice
|