São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 2002

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Tucanos se solidarizam com Fortes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PSDB decidiu ontem se solidarizar com o deputado Márcio Fortes (RJ), secretário-geral do partido, após receber dele a palavra de que não mandou espionar a governadora do Maranhão e eventual candidata do PFL à Presidência, Roseana Sarney.
Os tucanos responsabilizaram o governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), pela suspeita de que o deputado tenha encomendado um dossiê sobre Roseana. "É uma calúnia, uma irresponsabilidade, o que é marca registrada desse governador", disse o presidente do PSDB, José Aníbal (SP).
Aníbal só se referiu a Garotinho como "Marotinho". Sobre as denúncias de que os tucanos teriam preparado vários dossiês sobre adversários, Aníbal disse: "É desconhecer o traço que caracteriza o PSDB -a postura ética e moral".
Segundo Aníbal, o PSDB "nunca trabalhou com isso [dossiês", foi vítima disso". Referia-se ao "Dossiê Cayman", sobre uma suposta conta mantida por tucanos no exterior: "Era uma farsa".
Márcio Fortes ingressou ontem no STJ com uma interpelação ao governador, para que ele confirme ou negue haver declarado que recebeu um dossiê sobre Roseana oferecido pelo tucano.
Essa medida é um passo preparatório de eventual ação penal por difamação, com base na Lei de Imprensa. Na petição, os advogados de Fortes pediram que Garotinho seja notificado no prazo de 48 horas após decisão do ministro que for designado relator.
O PSDB julgava que Fortes ainda não havia se explicado convincentemente. Por isso convocou uma entrevista coletiva para ontem, da qual, além de Aníbal, participaram o deputado carioca e o líder na Câmara, Jutahy Magalhães (BA). A idéia inicial era divulgar uma nota, que foi adiada.
Antes de convocar a entrevista, o PSDB teria, segundo versão divulgada pelos próprios tucanos, submetido Fortes a um interrogatório. Eles temiam se solidarizar com o deputado e depois serem surpreendidos com uma nova denúncia, como julgam que aconteceu com o PFL em relação a Roseana no episódio da descoberta de R$ 1,34 milhão no escritório de uma empresa da governadora.
Serra passou mais um dia sem comentar o episódio Roseana. O pré-candidato está otimista em relação a seu desempenho nas pesquisas e teme ser prejudicado pela denúncia envolvendo Fortes. Mas todos se disseram satisfeitos com as explicações de Fortes.
O presidente Fernando Henrique negou ontem, por meio de seu porta-voz, Alexandre Parola, que tenha conversado por telefone com Fortes. "O presidente reitera que o Palácio do Planalto não se vincula a campanhas e não cabe, portanto, qualquer comentário sobre o tema", disse Parola.



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