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São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2003

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PAINEL

Novo plano
O Planalto decidiu acelerar a reforma tributária e poderá enviá-la ao Congresso em abril, antes mesmo da previdenciária.

E dá-lhe churrasco
Lula antecipou a reunião com os governadores do fim para o início de abril. No encontro, mostrará seu projeto de reforma tributária e vai tentar costurar um acordo. Se conseguir consenso na maioria dos pontos, enviará o texto ao Congresso.

Bola pra frente
Lula quer acelerar a reforma tributária para tirar o governo e a sua base da defensiva, que passariam a atuar sobre proposta concreta. A avaliação é que a indecisão sobre as reformas e as reclamações de diversas categorias na questão previdenciária só têm provocado desgastes.

Oposição interna
Enquanto o governo Lula trabalha com um teto de R$ 250 para o novo salário mínimo, a deputada Luciana Genro, da esquerda do PT, protocolou ontem projeto de lei para reajustar o valor para R$ 280, a partir de maio. "Seria um salário mais digno para o trabalhador."

Campo minado
Lula começou a articular a primeira reunião efetiva do seu conselho político, formado por presidentes de partidos. Os articuladores do petista, no entanto, estão receosos. Temem que Brizola, que alfinetou Lula no programa de TV do PDT, crie constrangimentos ao presidente.

Ímã partidário
José Pimentel (PT) e Robson Tuma (PFL) relatarão em conjunto na Câmara o PL-9, que enquadra os novos servidores no teto de aposentadoria do INSS, atualmente em R$ 1.561. É uma tentativa do governo de atrair os votos da bancada do PFL.

Longe de mim
Renan Calheiros, líder do PMDB, teve dificuldades para encontrar quatro parlamentares do partido dispostos a participar do Conselho de Ética do Senado. Os que aceitaram pediram para não relatar o caso ACM.

Afinar o discurso
O Planalto convocou os assessores de imprensa do governo para um curso de "atualização" em comunicação de governo. A primeira palestra será feita hoje, às 18h, pelo ministro Gushiken.

Decisão judicial
O juiz José Zanoni, da 5ª Vara Cível de SP, julgou improcedente pedido de indenização que Serra moveu contra Garotinho, em 2002. O ex-governador do Rio dissera em entrevista que a campanha do rival era "alimentada com dinheiro oriundo do processo de privatizações".

Argumento político
O Planalto espalha que Geraldo Alckmin não quer ficar mais tempo com Beira-Mar porque uma pesquisa encomendada pelo governo de SP mostraria que 97% da população reprova a presença do traficante no Estado. O Palácio dos Bandeirantes nega ter feito o levantamento.

Discurso combinado
Marta Suplicy (PT) encontrou José Pinotti (PMDB) em um vôo entre SP e Brasília e perguntou se ele é candidato à sua sucessão. O deputado federal disse que não. Mas Orestes Quércia, que estava ao lado, disse que sim.

Estilo remodelado
Lúcio Alcântara (PSDB-CE) envia diariamente e-mails a todos os seus secretários dando ordens e cobrando resultados: "É uma versão moderna dos bilhetinhos do Jânio", brinca.

Turnê carioca
Ministros reclamaram com o PSB de que Anthony Garotinho não deixa Lula ajudar Rosinha. Na semana que vem, a cúpula do partido deve ir ao Rio para tentar melhorar a relação entre o casal e o governo federal.

Sirene ligada
Delegados-gerais de todo o país vão se reunir no Rio, ainda em março, para traçar novo diagnóstico da situação no Estado e discutir como a polícia deve combater o crime organizado.

TIROTEIO

Do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), ironizando Lula por ter um ex-presidente do BankBoston, Henrique Meirelles, no Banco Central:
- Inegavelmente, o PT é um partido corajoso. Está conseguindo privatizar o BC.

CONTRAPONTO

Antes do Romanée-Conti

João Vicente Goulart esteve com Celso Furtado há dois anos, no Rio. Na conversa, lembraram-se de um jantar em Paris do presidente João Goulart, deposto em 1964, pai de Vicente, com o economista, em 73.
Os dois discutiam a situação do Uruguai, país onde Jango vivia exilado e que tinha acabado de sofrer um golpe.
O garçom se aproximou e ofereceu a carta de vinhos. Com ar maroto, Jango a entregou ao seu ex-ministro do Planejamento:
- Escolha, você entende de vinhos mais do que eu.
Após várias garrafas, chegou a salgada conta de 2.000 francos. Jango espantou-se:
- Celso, a conta está certa?
Sem graça, o economista ficou calado. O vinho escolhido fora um Chateau Cheval de 400 francos. Jango pagou a nota e disse:
- Pois é, com toda esta economia nós só podíamos ter caído mesmo...


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