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Governo recua para aprovar PL-9
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para facilitar a aprovação do
projeto de lei que cria fundos de
previdência complementar para
futuros servidores públicos -o
chamado PL-9-, o governo desistiu de um dos principais pontos da proposta: a definição se os
planos serão de benefício definido
ou contribuição definida.
O PL-9, que foi enviado ao Congresso pelo governo anterior, é
uma das medidas previstas na
proposta de reforma previdenciária de Lula. O projeto está em tramitação na Câmara desde 1999.
Nos planos de benefício definido, o participante sabe qual o valor da sua aposentadoria no momento em que opta pelo fundo.
É mais vantajoso para os servidores porque assegura uma aposentadoria equivalente ao salário
integral, pois, com a aprovação do
PL-9, os benefícios dos futuros
servidores poderão se limitar ao
teto do INSS -hoje em R$ 1.561.
Nos planos de contribuição definida, o participante não sabe
quanto receberá na aposentadoria. Isso dependerá da rentabilidade e da administração. Não há
garantia de que o valor será equivalente ao salário integral.
"Podemos garantir [no projeto]
que não haja a predefinição se é
benefício definido ou contribuição definida. Cada fundo é que vai
estipular qual a sua estratégia
atuarial e sua visão previdenciária", disse o ministro Ricardo Berzoini (Previdência) ontem, depois
de audiência na Comissão de Seguridade Social da Câmara.
Desde que assumiu a Previdência, Berzoini tem sido defensor de
que o PL-9 estabeleça a regra dos
planos de contribuição definida.
O argumento era que essa é a opção mais sustentável do ponto de
vista previdenciário e a mais usada. Ao deixar em aberto qual será
a modalidade, o governo pretende acabar com a polêmica no PT.
Conselho
Sem apresentar números fechados, os grupos temáticos do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social chegaram ontem
à conclusão de que deve haver um
teto na remuneração dos servidores e um aumento no período de
carência (dez anos no serviço público e cinco no cargo efetivo) para que possam se aposentar.
Os "consensos" são alguns dos
resultados da segunda reunião
dos conselheiros para discutir a
reforma da Previdência.
Como forma de evitar uma excessiva centralização, o conselho
também vai sugerir ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva que haja
mais de um fundo de pensão para
municípios, Estados e União.
Os conselheiros, porém, não
chegaram a um consenso em relação às idades mínimas para aposentadoria. Caso os 48 anos para
mulheres e os 53 para homens sejam mantidos, a proposta é que
haja incentivos, como aumento
no salário, para que esses funcionários continuem trabalhando.
"Economizaríamos porque não
haveria um novo salário nem
uma nova aposentadoria a serem
pagos", disse Tarso Genro, secretário-executivo do Conselho.
Colaborou RICARDO WESTIN, da Sucursal de Brasília
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