São Paulo, sexta, 13 de março de 1998

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PAINEL

Proteção pefelista 1
Lélio Lobo (Aeronáutica) tentou tirar Adyr Silva da Infraero. Silva defende a privatização dos aeroportos, o que dá urticária no ministro. Mas ACM interveio junto a FHC e o segurou.

Proteção pefelista 2
Por coincidência, a Infraero fará uma grande ampliação no aeroporto de Salvador. Em 15 dias, a OAS, empreiteira baiana com boas relações com ACM, deverá começar as obras.

Tábua de salvação
O PFL chamou Carlos Albuquerque para um debate na terça com seus deputados. Objetivo: dar palco e gás ao ministro, numa última tentativa de evitar que programas e verbas milionárias da Saúde fiquem nas mãos do tucano José Serra.

Guerra de 2002
Os pefelistas bombardeavam a gestão de Albuquerque na Saúde, mas recuaram. Preferem um ministro sem maior aspiração política na pasta a um cacique tucano como Serra -um dos presidenciáveis para 2002.

Saída de emergência
Luiz Carlos Santos (PFL) articula dobradinhas com candidatos a deputado estadual. Ou perdeu o favoritismo para ser vice de Maluf ou acha que a canoa do pepebista ao governo paulista está começando a fazer água.

Sarau pró-FHC
Os governistas do PMDB marcaram um encontro com os presidentes dos diretórios regionais da sigla, na próxima quarta, na casa de Michel Temer, em Brasília. "Vamos dividir a vitória na convenção", diz um deputado.

Contrapeso arenista
O PFL orientou a escolha de suas comissões na Câmara neste ano por um critério: pegou as áreas em que os tucanos são mais fortes no ministério. Ficará com a de Ciência e Tecnologia, que cuida das comunicações, e com a de Educação.

Oitava vaga
Paulo Paiva (Trabalho) disse a líderes partidários que deve sair em abril para ser candidato a deputado federal por Minas.

Fórmula paulista
Para Covas, a queda das taxas de juros não deveria ocorrer em "saltos", como acontece agora. O governador tucano diz que deveria ser adotado mecanismo "semelhante ao das bandas no câmbio": "As quedas poderiam ser menores e contínuas".

Passo a passo
Covas diz que a alta taxa de juros está agravando o desemprego. "Quem tem condições de dizer que a atual, nessa altura, é a ideal? Deveríamos baixá-la continuamente e medir seus efeitos até chegarmos a um patamar econômico e social aceitável".

Pé de ouvido
Foi Vilmar Faria, assessor especial de FHC, que intercedeu junto a Clóvis Carvalho (Casa Civil) para não deixar a equipe econômica, com sua conhecida sensibilidade social, derrubar as tênues medidas contra o desemprego que o Planalto prepara.

No mínimo
A equipe econômica alegava que o problema do desemprego não seria resolvido por ações do governo federal. Mas um auxiliar de FHC diz: "É a mentalidade burocrata. O governo precisa, pelo menos, mostrar que não está de braços cruzados".

Juntando munição
José Dirceu, presidente do PT, cobrou da bancada do partido na Câmara, em tom enérgico, o levantamento de denúncias para Lula usar em sua campanha. Quer que eles passem um pente fino na administração FHC.

Lupa federal
Um detalhe da manifestação de estudantes ontem em Brasília não passou despercebido no Ministério da Educação. O ônibus que levou os alunos da Unesp pertence à própria universidade -mantida pelo governo Covas.

Visita à Folha
O advogado tributarista e professor da Universidade Mackenzie Ives Gandra da Silva Martins e o pianista João Carlos da Silva Martins visitaram ontem a Folha, onde foram recebidos em almoço.

TIROTEIO


Do governador Mário Covas (PSDB-SP), sobre Itamar Franco ter dito que o Planalto venceu a convenção do PMDB porque negociou votos:
- Eu avisei lá atrás. Agora, tudo o que se faz é por causa da reeleição, até um convênio com um prefeito que não é de seu partido. Não temos cultura eleitoral de reeleição. Por isso, sempre tive cautela em relação a ela.

CONTRAPONTO

Conhecimento de causa
Preparando-se para disputar a reeleição, o governador Albano Franco (PSDB-SE) atraiu os prefeitos de oposição das principais cidades do Estado.
Os adversários do governador reagiram barulhentamente. Acusaram Albano de usar o "eletrocheque" (o dinheiro resultante da privatização da companhia estadual de energia elétrica) para atrair os prefeitos.
No auge da discussão, um correligionário perguntou ao senador Antônio Carlos Valadares, candidato do PSB, o que ele achava da ação de Albano. Imperturbável, Valadares, governador entre 87 e 91, respondeu:
- Meu filho, não se preocupe. Se tem alguma coisa de que eu entendo é de prefeito.
O correligionário quis saber por quê. Valadares explicou:
- Quando eu era governador, tinha o apoio de 74 dos 75 prefeitos. Só o de Aracaju era de oposição. Quando saí, só minha mãe Caçula (Josefa Valadares, prefeita de Simão Dias) estava comigo.



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