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MUDANÇA MINISTERIAL
Para novo titular da Justiça, visão de Maierovitch sobre papel da Senad "extrapolava a lei"
Gregori diz que quem manda na PF é ele
da Sucursal de Brasília
O novo ministro da Justiça, José
Gregori, reafirmou ontem seu poder sobre a Polícia Federal, confirmou Agílio Monteiro Filho como
diretor-geral do órgão e criticou o
ex-titular da Senad (Secretaria
Nacional Antidrogas), Wálter
Maierovitch -demitido ontem.
Depois de dizer que nunca havia ouvido perguntas questionando quem mandava na PF, disse:
""Quem comandará a Polícia Federal é o ministro da Justiça".
Ao comentar a resistência da PF
em permanecer sob a orientação
da Senad no combate ao narcotráfico, Gregori deu a entender
que a repressão ao crime será comandada pela Polícia Federal.
Para ele, a visão de Maierovitch
sobre o papel da Senad no combate às drogas "extrapolava" a lei. "É
possível que tenha havido uma visão específica do ex-secretário,
uma noção de que a conduta que
a Senad tinha de ter extrapolava o
que diz a lei. Agora, a gente volta
para a lei."
José Gregori afirmou, em entrevista, que a saída de Maierovitch
era "previsível", depois da crise
política que resultou na queda do
ministro José Carlos Dias, anteontem. O antecessor do novo
ministro e Maierovitch disputavam o controle do combate antidrogas.
"O próprio secretário se convenceu de que estava sem condição de se manter no cargo, porque o combate ao narcotráfico
tem de ser feito com harmonia e
entrosamento", disse.
Leia a seguir trechos de sua entrevista, concedida ontem.
COMANDO DA PF - "A pergunta (quem comandará a PF)
exige uma resposta, em minha vida, totalmente inédita. Um homem de direitos humanos de repente tem de responder que
quem comanda, quem comandará a Polícia Federal é o ministro
da Justiça, José Gregori."
COMBATE AO NARCOTRÁFICO - O ministro defendeu que o
trabalho de combate ao narcotráfico exige integração e e entrosamento de vários setores do governo. Ele disse que vai conversar
com o general Alberto Cardoso
sobre o tema. "Cada aspecto vai
ser resolvido a seu tempo, dentro
do melhor espírito de colaboração". Ele afirmou que o trabalho
da Senad e da Polícia Federal são
complementares. "Tudo que dependia da Senad vai continuar
com a Senad."
MAIEROVITCH - Gregori negou que tenha havido pressão da
PF para a demissão do secretário
Wálter Maierovitch, mas afirmou
que a superação total da crise dependia da saída do secretário.
"Achei a saída previsível. Houve
uma divergência, e essa divergência custou a queda de um ministro. Isso sempre tem feições de
crise. Acho que a melhor solução
foi o secretário ter percebido que
essa era a forma de superação total do episódio."
DIREÇÃO DA PF - O novo ministro pediu colaboração ao diretor-geral da PF, Agílio Monteiro
Filho. "A condução dessa corporação está sendo feita de forma
muito competente, muito leal."
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