São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 2000


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Saída não muda comando, diz Maierovitch

da Sucursal de Brasília

O ex-secretário nacional Antidrogas Wálter Maierovitch afirmou ontem, em entrevista, que sua saída do cargo não deve mudar em nada o comando dos trabalhos de repressão, prevenção e combate às drogas do governo, que continuarão sendo conduzidos pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso.
O ex-secretário afirmou ainda que em nenhum momento tomou atitudes que não fossem orientadas ou aprovadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ou pelo general Cardoso. E que, por isso, sai com o sentimento de "dever cumprido".
Depois de passar a manhã e o início da tarde trancado em seu gabinete, Maierovitch conversou com os jornalistas. "Não quero falar. Não falei antes e acho que falar depois não é ético."
Diante da insistência, Maierovitch evitou confrontos com o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias -"não falo sobre pessoas ausentes"- e fez uma rápida análise de sua gestão.

PAPEL DA SENAD -
"A Senad está aí e está com o general Cardoso. Ele sempre foi o número um. Eu sou um reles número dois nessa história. E o número um permanece aí, com toda a sua integridade."
"Sempre agi de acordo com as linhas traçadas pela política que foi declarada pelo presidente perante as Nações Unidas. A partir do momento que o presidente diz que está satisfeito com o trabalho, para mim é o que eu poderia ter de melhor compensação."

SUCESSOR -
"Quem pede para sair não tem legitimidade para indicar ninguém."

FUTURO DA SENAD -
"A luta contra o narcotráfico é a intenção do presidente, é o objetivo dele. E o general Cardoso está empenhado nisso." Segundo o ex-secretário, ele deixa a Senad com US$ 6 milhões em caixa "e sem nunca ter trabalhado com verbas orçamentárias". "Então, a estrutura, o dinheiro e o suporte estão aí."

VAZAMENTO DE INFORMAÇÕES -
Maierovitch rebateu, na carta que enviou ao general Cardoso, as acusações do ex-ministro de que teria atrapalhado a realização da Operação Camaquã, elaborada pela PF, por tê-la anunciado antes. "A Senad não recebeu nenhuma comunicação, quer do Ministério da Justiça, quer da Polícia Federal, acerca da operação programada."
Depois, na entrevista, voltou ao tema: "Foi noticiado que eu tinha conhecimento dessa operação, mas estou escrevendo e assinando que não tinha nenhum conhecimento. Não poderia assim falar sobre o que desconheço". Segundo ele, o que ele disse foi a respeito do encontro de uma comissão Brasil-Bolívia, em 22 de maio, para tratar de ações conjuntas.

ATRITO COM DIAS -
"Prefiro que os outros julguem os erros ou acertos. Estou com a consciência tranquila."


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