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Saída não muda comando, diz Maierovitch
da Sucursal de Brasília
O ex-secretário nacional Antidrogas Wálter Maierovitch afirmou ontem, em entrevista, que
sua saída do cargo não deve mudar em nada o comando dos trabalhos de repressão, prevenção e
combate às drogas do governo,
que continuarão sendo conduzidos pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional,
general Alberto Cardoso.
O ex-secretário afirmou ainda
que em nenhum momento tomou atitudes que não fossem
orientadas ou aprovadas pelo
presidente Fernando Henrique
Cardoso ou pelo general Cardoso.
E que, por isso, sai com o sentimento de "dever cumprido".
Depois de passar a manhã e o
início da tarde trancado em seu
gabinete, Maierovitch conversou
com os jornalistas. "Não quero falar. Não falei antes e acho que falar depois não é ético."
Diante da insistência, Maierovitch evitou confrontos com o ex-ministro da Justiça José Carlos
Dias -"não falo sobre pessoas
ausentes"- e fez uma rápida
análise de sua gestão.
PAPEL DA SENAD - "A Senad
está aí e está com o general Cardoso. Ele sempre foi o número
um. Eu sou um reles número dois
nessa história. E o número um
permanece aí, com toda a sua integridade."
"Sempre agi de acordo com as
linhas traçadas pela política que
foi declarada pelo presidente perante as Nações Unidas. A partir
do momento que o presidente diz
que está satisfeito com o trabalho,
para mim é o que eu poderia ter
de melhor compensação."
SUCESSOR - "Quem pede para
sair não tem legitimidade para indicar ninguém."
FUTURO DA SENAD - "A luta
contra o narcotráfico é a intenção
do presidente, é o objetivo dele. E
o general Cardoso está empenhado nisso." Segundo o ex-secretário, ele deixa a Senad com US$ 6
milhões em caixa "e sem nunca
ter trabalhado com verbas orçamentárias". "Então, a estrutura, o
dinheiro e o suporte estão aí."
VAZAMENTO DE INFORMAÇÕES - Maierovitch rebateu, na
carta que enviou ao general Cardoso, as acusações do ex-ministro de que teria atrapalhado a realização da Operação Camaquã,
elaborada pela PF, por tê-la anunciado antes. "A Senad não recebeu nenhuma comunicação,
quer do Ministério da Justiça,
quer da Polícia Federal, acerca da
operação programada."
Depois, na entrevista, voltou ao
tema: "Foi noticiado que eu tinha
conhecimento dessa operação,
mas estou escrevendo e assinando que não tinha nenhum conhecimento. Não poderia assim falar
sobre o que desconheço". Segundo ele, o que ele disse foi a respeito do encontro de uma comissão
Brasil-Bolívia, em 22 de maio, para tratar de ações conjuntas.
ATRITO COM DIAS - "Prefiro
que os outros julguem os erros ou
acertos. Estou com a consciência
tranquila."
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