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Serra tenta colar Sarney e Collor em Dilma
"Fico intrigado por que ex-presidentes que são aliados da Dilma são bem tratados", afirma, em reação à tática do PT de ligá-lo a FHC
Entrevista do tucano a rádio foi pontuada por avaliações sobre políticas públicas e suas realizações à frente
do governo de São Paulo
BRENO COSTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa mudança de estratégia
nas reações à tática do PT de
vinculá-lo ao ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), o pré-candidato tucano à Presidência, José Serra,
buscou colar a imagem dos ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor de Mello em sua
rival Dilma Rousseff (PT) .
"Esta eleição tem a ver com o
futuro. Porque o Lula não é
candidato, nem o Fernando
Henrique é candidato, nem o
Collor e o Sarney, que apoiam a
Dilma, são candidatos", disse
Serra. "Às vezes eu fico intrigado por que ex-presidentes que
são aliados da Dilma são bem
tratados, não têm problema nenhum. Mas quando não são
aliados, são muito criticados
pelo PT e tudo o mais."
As declarações foram dadas
durante entrevista de quase
duas horas à rádio Jovem Pan,
com transmissão para mais de
1.500 municípios.
Uma das apostas centrais do
PT e partidos aliados para as
eleições é transformar a disputa em uma espécie de plebiscito, em que os eleitores, na prática, escolheriam entre o herdeiro do governo Fernando Henrique ou a do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
O presidente do PSDB e
coordenador nacional da campanha de Serra, senador Sérgio
Guerra, negou que essa será
uma estratégia recorrente na
campanha como forma de neutralizar os ataques do PT.
Serra evitou dar declarações
que soassem como pressão para que Aécio Neves aceite o posto de vice em sua chapa, mas
não conseguiu esconder o desejo de contar com o nome do mineiro. No lançamento de sua
pré-candidatura, no sábado,
em Brasília, Aécio foi aclamado
aos gritos de "vice".
"Não vou dizer que tenho
uma expectativa ou não tenho.
É um assunto sobre o qual eu
não vou me manifestar nas próximas semanas. Acho que há
outras prioridades agora e, por
outro lado, cada um poderá tomar suas decisões de maneira
bem pensada", disse.
O engajamento de Aécio
também foi abordado por Serra, ao dizer que o voto "Dilmasia" em Minas -híbrido de Dilma com o governador de MG,
Antonio Anastasia (PSDB)-
"parece nome de doença".
A maior parte da entrevista
foi pontuada por avaliações de
Serra sobre políticas públicas e
suas realizações em São Paulo.
No quesito economia, se disse
contrário às privatizações do
Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e, ao criticar juros altos e câmbio desfavorável
às exportações, disse que mudanças na área têm de ser "responsáveis" e "graduais".
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