São Paulo, segunda, 13 de abril de 1998

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Painel


Motivo relevante
O Planalto deve deixar para depois das eleições as mudanças no Conselho de Administração da Petrobrás. Após as primeiras consultas, Clóvis Carvalho, que opera as substituições, viu que tratar agora do assunto é como mexer em casa de marimbondo.

Devagar com o andor
Os tropeços da Light refrearam a pressão do BNDES por uma privatização acelerada do setor elétrico. Para alívio dos técnicos das Minas e Energia, que se sentiam atropelados pela urgência.
Quadro clínico

Informação que circula entre médicos do Albert Einstein: hoje, a recuperação de Sérgio Motta depende mais da reação de seu organismo do que da medicina. E o período de restabelecimento, com repouso completo, iria até após a eleição.


Mingau rarefeito

Secretários da Fazenda pressionam o Congresso a votar suplementação orçamentária ao programa nacional de merenda. O valor deste ano é 30% menor do que o de 97 e equivale a 13 centavos por dia por aluno.


Cachê alto

Além de ter que escrever uma novela para a Globo, outra razão impediu Benedito Ruy Barbosa de fazer a campanha de Marta Suplicy (PT-SP): o orçamento que o novelista pediu está fora das possibilidades do PT.


Mercado eleitoral

Marketeiros andam cobrando entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões para oferecer um pacote de campanha para os candidatos a governador nos Estados mais importantes. Em São Paulo, o valor é um pouco maior.

Cerco ao cofre
Cerca de 4.000 prefeitos estarão em Brasília, de 12 a 14 de maio. Em 97, quando não houve eleição, os alcaides arrancaram de FHC a renegociação de suas dívidas com o INSS e compensação para perdas com o FEF (Fundo de Estabilização Fiscal).


Intriga paraibana

Más línguas do PMDB paraibano dizem que Ronaldo Cunha Lima quer disputar o governo estadual porque, no caso da licença para ser processado por ter atirado em Tarcisio Burity, prefere depender da Assembléia.

Papa tudo
Apelido que Iris Rezende ganhou no PMDB: pelicano. Motivo: teria o papo grande. Com diretores indicados em três estatais, é o peemedebista mais bem aquinhoado no governo.



Preocupado com o time

FHC pediu a um ministro tucano que transmitisse ao secretário-executivo José Luiz Portella (Transportes) uma mensagem forte para que fique no cargo até a eleição. Não quer perder um de seus melhores gerentes.

Asfalto de ouro
Coincidência registrada por procuradores federais: Orleir Cameli (AC) pagou R$ 3,7 mi por mil metros de pista de pouso na mesma época em que teria ocorrido a compra de votos em favor da emenda da reeleição.




Descobrindo afinidades

Amin lembrou que Brizola, quando prefeito de Porto Alegre nos anos 50, combateu o borrachudo. "O Serra se parece com Brizola. Ambos são uma mistura de engenheiro e economista, brigam com o mosquito e sonham com a Presidência".


O cerco continua

Deputados pepebistas levam hoje a Maluf uma pesquisa que encomendaram em que Oscar (PPB) bateria Eduardo Suplicy (PT-SP) na disputa pelo Senado. Querem o jogador de basquete na vaga de Cabrera (PFL).

Vácuo político

Dica de publicitário: o PT deveria aproveitar a falta de adversários a Luís Eduardo (PFL) e lançar alguém com o perfil do deputado Jacques Wagner para o governo baiano. Perderia, mas viraria o líder da oposição.


Esperando sentado

Ainda com esperança de contar com o apoio do PSB, o PT adiou o encontro em que o partido definiria o vice da chapa de Marta Suplicy ao governo paulista. Dos dias 15 e 16 de maio para o começo de junho.


CONTRAPONTO
Sono dos justos

Em 63, quando foi governador de São Paulo, Adhemar de Barros nomeou tenente Negrão, um correligionário fiel, como vice-presidente da Estrada de Ferro Sorocabana.
Entre suas funções, Negrão tinha que fornecer de graça passagens aos ademaristas.
Negrão se tornou tão popular no grupo que acabou promovido, informalmente, a coronel.
Em 70, com Adhemar já cassado pelos militares, Negrão foi a um comício da Arena em Assis.
Após o anúncio da presença do coronel Negrão, um ex-expedicionário, major Fogaça, subiu no palanque e pediu que Negrão se identificasse.
Negrão explicou que o "coronel" era uma brincadeira de amigos, mas não houve jeito. O major lhe deu voz de prisão e o levou para a delegacia.
Como o flagrante demorou para ser lavrado, o major Fogaça caiu no sono. Quando acordou, não lembrava do acontecido, pediu desculpas e foi embora.


E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO


De Silvio Torres (PSDB-SP), sobre a reação de desagrado do PFL com a reforma ministerial:
- O PFL está tão acostumado a vender a imagem de ganhador das batalhas políticas que, quando parece empatar, põe a boca no mundo dizendo que perdeu.



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