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CASO CPEM
Notificação pede explicações sobre acusação de que governo estaria envolvido
Venceslau vai à Justiça contra Lula
LUIZ MAKLOUF CARVALHO
da Reportagem Local
Um mês depois de ter sido expulso do Partido dos Trabalhadores, o economista Paulo de Tarso
Venceslau entra hoje no Fórum da
Praça João Mendes, centro de São
Paulo, com uma notificação judicial contra Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República.
Assinada pelo advogado Luiz Alberto Marcondes Piccina, a notificação requer que Lula "ofereça explicações e comprove as alegações" de que o governo Fernando
Henrique Cardoso, por meio do
ministro das Comunicações, Sérgio Motta, esteve por trás das denúncias do economista sobre o caso da empresa CPEM.
Venceslau denunciou tráfico de
influência de Lula e do advogado
Roberto Teixeira a favor da empresa CPEM.
A direção do PT inocentou Teixeira e expulsou o economista.
Lula está processando Venceslau.
Etapa
A notificação é a primeira etapa
para a abertura de um processo
por injúria e difamação.
Segundo o Código Penal (artigo
144), Lula terá 48 horas para respondê-la por escrito depois de citado pelo juiz que receber a causa.
Ele fez as afirmações sobre o envolvimento do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso com as denúncias de Venceslau
em depoimentos prestados às comissões de ética internas que apuraram o caso.
Entre outras declarações, disse o
seguinte: "(...) eu acho que tem o
dedo do Estado Maior do governo
Fernando Henrique nisso (...)".
Governo
O porta-voz da Presidência, embaixador Sérgio Amaral, negou a
participação do governo. Venceslau considerou as acusações "levianas e inverídicas".
No entendimento do advogado
de Paulo de Tarso Venceslau, as
afirmações de Lula são dúbias
-"ele próprio fala em ilações",
disse-, e por isso o caminho escolhido foi o da notificação.
Tecnicamente, o pré-candidato
do PT à Presidência pode dar as
explicações ou recusar-se a respondê-las. Se as der, pode confirmar ou negar.
O juiz, então, abre vistas do processo para Venceslau. Se considerar as explicações satisfatórias, ele
desiste da ação. Caso contrário,
entra com uma representação por
injúria e difamação.
A reportagem da Folha procurou a assessoria do PT para ouvir o
que Lula tinha a dizer a respeito.
Foi informada de que só o advogado de Lula poderia falar.
Procurado, o advogado João
Pizza não retornou às ligações.
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