São Paulo, domingo, 13 de maio de 2001

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PAINEL

Dança comigo
A cúpula do PFL fez chegar a seguinte proposta a membros do Conselho de Ética do Senado: o partido terá muito prazer em apoiar na eleição os candidatos aos governos estaduais que ajudarem a salvar ACM (BA).

Nobre colega
Para escapar do processo de cassação, ACM depende da boa vontade de oito senadores do Conselho de Ética. Os cinco do PFL estão fechados com o baiano, depois que deputados carlistas atenderam ao partido e retiraram suas assinaturas da CPI.

Par perfeito
O PFL flerta com outros cinco nomes do Conselho de Ética. Todos com pretensões eleitorais em 2002: Amir Lando (PMDB-RO), Ney Suassuna (PMDB-PB), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Osmar Dias (PSDB-PR) e Lúcio Alcântara (PSDB-CE).

Último suspiro
A oposição vai tentar levar a proposta de criação da CPI da corrupção para o Senado.

Memória fraca
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse há um mês ser "hilária" a informação de que negociava a contratação de Duda Mendonça para a campanha de 2002. Hoje, já exibe com orgulho peças do ex-marqueteiro de Paulo Maluf para programas de TV do PT.

Carlismo na oposição
Pesquisa do Vox Populi para presidente feita na Bahia revela que Lula (PT) e Itamar (PMDB) são os maiores herdeiros dos votos dos potenciais eleitores de ACM. Cada um sobe 9% quando o nome do pefelista não está entre os candidatos. Ciro Gomes ganha 7%, e José Serra, 2%.

Bons exemplos
Acusado em caso semelhante ao de Jader Barbalho na Sudam, o ex-ministro Fernando Bezerra tem usado um argumento típico de ACM (PFL) para se defender: "Querem me impedir de servir ao Rio Grande do Norte".

2002 está aí
Paulo Maluf (PPB) ainda não quitou todas as suas dívidas com fornecedores da campanha eleitoral do ano passado.

Sonho de verão
Do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), sobre a operação abafa: "O combate à CPI será o apagão político de FHC".

Tapete vermelho
Ministros do Supremo Tribunal Federal já prevêem novo constrangimento para Marco Aurélio de Mello, após sua posse na presidência do STF no dia 31.

Pedra no caminho
O novo presidente do STF terá muitas dificuldades para nomear o diretor-geral do tribunal, como é a praxe. Célio Menecucci, pivô da manobra que restringiu a autonomia administrativa de Marco Aurélio, já avisou internamente que não pretende colocar seu cargo à disposição.

Troféu abacaxi
Na segunda-feira, FHC falou que o Brasil precisa da ajuda de São Pedro para escapar do racionamento. Três dias depois, desistiu da ajuda santa e apelou para outro Pedro, o Parente.

Apagão nas urnas
Paulo Feldmann, ex-presidente da Eletropaulo, acha que Geraldo Alckmin ganharia pontos na opinião pública se suspendesse o leilão da Cesp. Diz que, com a crise energética, o governador será crucificado pelo eleitorado depois da privatização.

Lobby aéreo
A TAM tem distribuído nos vôos que chegam a Brasília um artigo de Jayme Magrassi de Sá, ex-presidente do BNDES, no qual há severas críticas à proposta de criação de uma agência reguladora para a aviação civil.

Vai dar saudade
O governador Mão Santa (PMDB-PI), mesmo ameaçado de cassação, aproveita a crise em Brasília e espalha no Estado que disputará o Senado em 2002. "Eu sou candidato para moralizar o Senado", promete.

TIROTEIO


Do professor da USP José Goldemberg, representante das universidades no Conselho Nacional de Política Energética, sobre a intenção de racionar energia até a época das chuvas:
-Está parecendo "Esperando Godot". Pode chegar novembro e a chuva não vir.

CONTRAPONTO

Amigo é para essas coisas

Colegas no primeiro escalão do governo FHC, o ministro de Minas e Energia, José Jorge, e o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, são amigos desde a década de 70.
Ambos nascidos em Pernambuco, eles se conheceram nos bancos da universidade e logo começaram a trabalhar juntos.
No começo da carreira, Everardo conseguiu um emprego como professor na Universidade Católica de Recife. Meses depois, arranjou um cargo para José Jorge na universidade.
Tudo ia bem, até que Everardo teve uma discussão séria com um bedel (inspetor de alunos da faculdade) e acabou deixando a faculdade. Como era indicado por Everardo, José Jorge também foi demitido. No primeiro encontro depois da demissão, José Jorge reclamou:
- Está certo que o emprego não era grande coisa, mas não queria perdê-lo por sua causa!



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