DA SUCURSAL DO RIO

No próximo dia 31, os positivistas realizarão um debate em defesa da Petrobras, empresa estatal que querem preservar de uma possível privatização. No mês passado, promoveram um outro evento contra a venda de Furnas Centrais Elétricas.
A iniciativa de fazer debates mensais, sempre na última quinta-feira de cada mês, mostra a preocupação dos últimos positivistas em estar inseridos nas discussões atuais do país, compreendendo que não basta apenas reverenciar o passado.
No caso da Petrobras, há um apego especial. Os positivistas, liderados pelo general Horta Barbosa (1881 a 1965), fizeram parte dos movimentos que pediam a constituição de uma empresa nacional petrolífera, o que resultou na fundação da estatal em 1954.
Os debates são realizados no Clube Positivista, entidade que funciona em um dos imóveis da Igreja Positivista do Brasil. É com o dinheiro do aluguel desses imóveis, recebidos como doações de antigos fiéis, e com a contribuição de 29 membros, que a igreja se mantém. Mas o dinheiro não é suficiente para que promovam uma reimpressão do "Catecismo Positivista", obra de Augusto Comte que consideram fundamental para a propagação da doutrina e cuja última edição, feita pelos membros da igreja, é de 1937.
A falta de divulgação da doutrina é uma das causas que os positivistas apontam para o declínio da igreja. Outra causa é a oposição que vêem nas outras religiões e nos meios intelectuais, que tentariam diminuir a importância do positivismo na história brasileira.
Quem vai às reuniões do Clube Positivista pode ficar surpreendido ao ver um pôster de John Lennon, no qual está impressa a letra de "Imagine", uma de suas músicas mais conhecidas, depois do final dos Beatles.
A música, que fala sobre a utopia de um mundo sem a noção de céu e inferno, onde as pessoas vivam o presente, sem delimitações por países e em paz, é vista como uma espécie de hino que sintetiza o ideário positivista. (ACF)


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