|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Função pode gerar rivalidades"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Leia a seguir trechos dos discursos dos então deputados José Serra (PSDB-SP) e Liberato Caboclo
(PDT-SP) em 8 de março de 1994:
Caboclo: "Acho uma incoerência
[o fim dos vices". O deputado José
Serra não tem nada de ingênuo. É
claro. É óbvio que por trás disso
está o parlamentarismo sub-reptício. É evidente que, na ausência
do presidente, assumindo o presidente da Câmara e do Senado,
vai-se criar uma motivação, uma
exemplificação parlamentarista,
coroando os sonhos dourados do
deputado José Serra"
Serra: "[..." Esta emenda visa precisamente instaurar o presidencialismo no Brasil. Não somos
presidencialistas; somos parlamentaristas. Mas o presidencialismo venceu no plebiscito e, no entanto, temos no Brasil um sistema
vice-presidencialista, e não um
sistema presidencialista. Desde a
Segunda Guerra Mundial, tivemos seis presidentes da República
democraticamente eleitos: [Eurico Gaspar" Dutra, Getúlio [Vargas", Juscelino [Kubitschek", Jânio [Quadros", Tancredo [Neves"
e [Fernando" Collor [...". Dos seis
presidentes, quatro não concluíram o seu mandato: o Brasil foi
governado por vices"
Serra: "[..." O vice-presidente no
Brasil acaba sendo um complemento do presidente, e não um
substituto. Se o presidente se posiciona mais à esquerda, o vice-presidente se posiciona mais à direita. Se o presidente é do Norte, o
vice-presidente é do Sul. Se o presidente é mais ligado à agricultura, o vice-presidente é mais ligado
à indústria. [..." A existência do vice pode desestabilizar a administração. Ele é, insisto, um subproduto de negociações políticas, que
pode gerar rivalidades e, na verdade, uma alteração completa de
rumos na condução da administração pública, sem que a população o tenha escolhido ou se manifestado sobre isso"
Texto Anterior: Rumo às eleições: Serra já tentou acabar com cargo de vice Próximo Texto: Frases Índice
|