São Paulo, sábado, 13 de maio de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Interlocutores de Lula foram autorizados a negociar 4 itens do programa de governo; no PSDB, trunfo é vaga na chapa Serra

PSDB e PT iniciam vale-tudo pelo PMDB CATIA SEABRA
MALU DELGADO

DA REPORTAGEM LOCAL
Com a provável derrubada da candidatura própria do PMDB à Presidência, PSDB e PT se lançaram numa ofensiva para conquistar o apoio da legenda. Vale tudo, de envio de telegrama a oferta de participação no governo, para evitar que o PMDB reforce o time adversário.
Enquanto interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram autorizados a negociar com a direção do PMDB quatro itens do programa de governo, no PSDB, um trunfo para neutralizar a investida petista é a oferta da vaga na chapa de Serra ao governo paulista na disputa pelo Senado.
Na noite de quinta-feira, numa reunião com o partido, Serra pediu que os tucanos estejam abertos à composição. No mesmo dia, ligou para o presidente do PMDB, Michel Temer. Foi um recado para os que reagem mal à presença do presidente do PMDB-SP, Orestes Quércia, em seu palanque. Serra disse que não aceita o "já ganhou" e, prevendo uma eleição difícil, pediu que a vice e a vaga para o Senado estejam livres para ampliação da aliança. Na segunda-feira, o presidente estadual do PSDB, Sidnei Beraldo, pedirá à deputada Zulaiê Cobra que desista da disputa pelo Senado.
O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, mandou telegrama para o ex-governador Anthony Garotinho, pré-candidato à Presidência, recorreu ao ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB-CE) e conversou com o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto. No Estado, onde PMDB e PT são rivais históricos, a oferta é de pacto de não-agressão com Rigotto.
O governo federal, por sua vez, ainda não descarta uma coligação formal com o PMDB. Por isso negocia com a direção do partido quatro tópicos do programa de governo: ações para promoção do crescimento econômico, alternativas para redução da equação dívida pública/PIB, propostas para geração de empregos e investimentos prioritários na educação.
Os peemedebistas teriam espaço para mostrar propostas para essas áreas, podendo opinar até sobre a política econômica.
A direção do PT já procurou o presidente do PMDB, Michel Temer, e Quércia. Na segunda-feira, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) conversa com Itamar Franco. O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, também procurou Quércia.

Estados


A marcação é cerrada. No Ceará, o governador tucano Lúcio Alcântara ofereceu espaço ao PMDB em seu governo. Mas, em negociação com a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), e o ex-ministro Ciro Gomes, o PMDB tende a fechar com o PT e o PSB.
Em Santa Catarina, o governador Luiz Henrique (PMDB) é aliado ao PSDB, mas seu humor começa a melhorar com o PT, desde que foi procurado por Tarso e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Partiu do Planalto a ordem para que pendências da União com SC sejam resolvidas.
O assédio do PT não tem fronteiras. Um peemedebista disse à Folha que até o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tentou convencer o governador do Paraná, Roberto Requião, da importância de reeleger Lula.







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