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REFORMA AGRÁRIA
Contag quer que governo libere R$ 2 bilhões para agricultura familiar
Manifestantes pedem crédito agrícola
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
A Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) quer que o governo federal
aprove crédito de R$ 2 bilhões ao
Pronaf (Programa Nacional de
Agricultura Familiar).
"Estamos cansados de conversa
sem resultado, e eu não sei se conseguiremos segurar essa gente no
caso de o governo não responder
às nossas necessidades", disse o
presidente da Contag, Francisco
Urbano.
Uma comissão da Contag entregará hoje ao ministro Antonio
Kandir (Planejamento) a pauta de
reivindicações do protesto e a carta de prefeitos, vereadores e deputados estaduais que apóiam o aumento do crédito para o Pronaf.
O valor pleiteado pela Contag
dobra o orçamento do Pronaf
aprovado em 96. A entidade quer
também a liberação do crédito sem
a cobrança de juros, conforme a
pauta do protesto "Grito da Terra,
Brasil", que começou ontem em
Brasília e em vários Estados.
Pela metade
Segundo o presidente da Contag,
apenas R$ 560 milhões dos recursos aprovados em 96 foram liberados por causa da burocracia.
Por isso, está sendo reivindicada
a criação de um fundo para oferecer garantias reais aos bancos para
a liberação dos empréstimos.
Outra exigência dos agricultores
é a criação de taxas para desestimular a importação de produtos
agrícolas subsidiados . "Em todo
o mundo, a agricultura recebe
subsídios e aqui não poderá ser diferente", disse Urbano.
Viúvas
A manifestação "Grito da Terra,
Brasil" trouxe este ano o protesto
das viúvas de trabalhadores rurais
assassinados em conflitos. Três representantes do MVC (Movimento das Viúvas no Campo) vieram a
Brasília pedir a punição dos autores das mortes de seus maridos.
"Queremos Justiça", disse a maranhense Terezinha Rodrigues
Amorim, que participou do protesto vestida de preto.
Segundo Terezinha, a principal
dificuldade das viúvas é pagar um
advogado que insista no andamento dos processos. "Só os mandantes têm advogados para arquivar os processos", disse ela.
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