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Maioria das iniciativas tiveram falhas
da Agência Folha, em Aracaju
A maior parte dos projetos de irrigação de Sergipe começaram a
ser desenvolvidos em 1985, pelo
então governador João Alves Filho
(PFL). Alguns apresentaram falhas, como o Califórnia. A principal foi não fixar o homem na terra.
Cerca de 60% dos que ganharam o
lote venderam suas terras.
O governo não vê nisso um problema. "Foi uma seleção natural", diz Izali Magalhães, uma das
agrônomas responsáveis pela supervisão do projeto.
"Quem não tinha habilidade para trabalhar na terra vendeu seu
lote. Muitos se arrependeram e
voltaram para trabalhar como empregados", afirma Magalhães,
funcionária da Cohidro, estatal
que administra os projetos públicos de irrigação no Estado.
A partir de 83, o governo estadual realizou uma ampliação da
malha de adutoras que captam
água no São Francisco e em açudes. O projeto integra uma série de
medidas contra a seca.
Deserto
O sol queimou o que havia de
pastagem no povoado de Deserto,
em Porta da Folha (SE), município
que decretou estado de emergência por causa da seca.
O que salva a localidade da penúria é a adutora Alto Sertão, que
leva água para metade das cerca de
cem casas. Mas parte dos moradores está preocupada com a incapacidade de pagar a conta.
A maioria não tem condições de
pagar até R$ 30 mensais, e alguns
têm até três contas atrasadas.
Além disso, o prefeito Julio Santana (PMDB) determinou o fechamento do chafariz local. Ele afirma não ter dinheiro para pagar a
conta da companhia estadual.
Em troca, envia a cada 15 dias
um carro-pipa para abastecer as
cisternas, que deveriam ser enchidas pela água das chuvas. Há oito
meses não chove em Deserto.
Um cadeado foi colocado no
chafariz. Alguns moradores ameaçam quebrá-lo. "Quando a coisa
piorar muito, o jeito é quebrar.
Vai deixar o povo passando necessidade?", afirma o lavrador aposentado Pedro Santos Silva.
"Isso prejudicou muita gente
que vem dos cantos mais distantes
buscar água porque não tem encanamento para todos", afirmou o
presidente da associação de moradores, Francisco José dos Santos.
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