São Paulo, quarta-feira, 13 de junho de 2001

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PAINEL

Oposição rachada
A posição do PT em relação às denúncias contra Jader Barbalho pode provocar o fim do bloco das oposições no Senado. PDT e PPS estão descontentes porque defendiam uma CPI exclusiva para Jader, mas o PT preferiu incluir Eduardo Jorge e o sistema financeiro no pedido.

Natimorta
A avaliação no PDT e no PPS é que a CPI, de acordo com a proposta do PT, tem pouca chance de vingar. Não teria jamais o apoio do PFL e do PSDB.

Pacto de resultados
Ciro procurou interlocutores de Lula com a seguinte proposta, apesar da briga entre PPS e PT no Senado: assumir desde já o compromisso de apoiar aquele que chegar ao segundo turno em 2002. Se ambos conseguirem, quem perder a eleição apóia o governo do outro.

Duro na queda
Apelido dado a Jader Barbalho (PMDB-PA) pela oposição no Senado: joão-bobo. "A gente bate, bate e ele continua em pé", ironiza um senador.

Memória curta
Francisco Dornelles (Trabalho) derramou elogios ao deputado Wigberto Tartuce no programa de TV do PPB de Brasília, anteontem à noite. Detalhe: Tartuce é acusado de aplicar ilegalmente R$ 11,6 mi do FAT, fundo administrado pelo ministro.

Aos inimigos, a lei
Em sua representação contra José Eduardo Dutra (PT), Geraldo Althoff (PFL) dirá que há "indícios fortes de que o senador se omitiu no caso do painel". Estaria sujeito à mesma pena recomendada a ACM. O texto será encaminhado ao Conselho de Ética pelo PFL.

Balão furado
O PMDB já não bota mais fé na reforma ministerial que sugeriu a FHC. "O presidente não comprou a idéia", diz um cacique peemedebista.

Saco de maldade
O governo evita demonstrar decepção, mas o plano de racionamento não está sendo aceito pela população na medida imaginada pelo Planalto. Já há quem defenda que o governo volte a pensar em endurecer as medidas, nem que seja só para criar um clima de apreensão e obrigar os consumidores a poupar mais.

Pesadelo no escuro
Se vier, o apagão poderá ser muito pior do que divulga o governo. José Abdo (Agência Nacional de Energia Elétrica) e Mário Santos (Operador Nacional do Sistema Elétrico) dizem internamente que quatro horas não bastam. Defendem algo entre oito e dez horas diárias.

Uva passa
Garibaldi Alves (RN), Jarbas Vasconcelos (PE) e Tasso Jereissati (CE) pressionam Pedro Parente a modificar a MP do apagão de novo. Dizem que a fruticultura irrigada de seus Estados não conseguirá florescer com a média de energia gasta em 2000, quando são Pedro ajudou e deu descanso às máquinas.

Lobby da gaveta
No cabo-de-guerra em que se transformou a eventual recondução de Geraldo Brindeiro à Procuradoria Geral, está mais forte o grupo que pressiona FHC a indicá-lo mais uma vez. Para o PFL é uma questão de honra. Auxiliares de FHC, porém, bombardeiam a hipótese.

Sobrevivência
Está melhorando a relação entre o senador Eduardo Suplicy e o comando do PT, que defende uma quarta candidatura presidencial de Lula. Ambos concluíram que ganham mais se evitarem desgastar um ao outro.

Base maior
Geraldo Alckmin obteve o apoio de mais um partido na Assembléia paulista: o PPS de Ciro Gomes, que em Brasília é adversário dos tucanos. O acordo foi fechado na semana passada.

TIROTEIO

Do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre Pedro Malan (Fazenda) dizer que a causa da crise de energia está em "problemas de comunicação e coordenação entre o setor energético e o governo":
- Malan tem razão. Há um problema de comunicação evidente. O ministro tem dificuldades para entender o português. O inglês é a sua língua pátria.

CONTRAPONTO

Guerra santa

O ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, foi ontem ao Senado visitar o senador Pedro Simon (PMDB), seu conterrâneo do Rio Grande do Sul.
Depois de conversarem no gabinete de Simon, os dois foram visitar uma exposição de santos neobarrocos, que está instalada próxima ao plenário. Simon, católico praticante, mostrava ao ministro o nome e a origem de cada peça sacra.
Padilha gostou de uma escultura do arcanjo Miguel, que é considerado protetor dos advogados. Em uma das mãos, o arcanjo segura uma balança. Na outra, uma espada.
- Essa imagem irá decorar meu escritório de advocacia quando eu deixar a política - explicou Padilha ao vendedor.
Mas Simon deu outra explicação para a escolha do ministro:
- Como bom político, ele escolheu o santo que tem uma espada nas mãos.


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