São Paulo, quarta-feira, 13 de junho de 2001

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Peemedebista será o último a depor na PF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), deverá ser o último a depor no inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar seu suposto envolvimento em uma operação fraudulenta para comprar 55,2 mil Títulos da Dívida Agrária (TDAs) por R$ 5,3 milhões, em valores atualizados.
A base do inquérito é uma reportagem publicada pela revista "IstoÉ", na qual Jader é acusado, numa suposta gravação, de ser o destinatário de um cheque que consumou a operação das TDAs.
"Não entendo de inquérito policial e não vou emitir juízo de valor sobre isso. Só quero uma apuração rápida", disse Jader: ""A sociedade precisa saber se é um episódio real, que tem procedência, ou se está sendo enganada com mais um escândalo fabricado".
O presidente do inquérito, delegado Luís Fernando Ayres Machado, deverá ouvir o banqueiro Serafim de Moraes, sua mulher, Vera Campos, o advogado Gildo Ferraz e o vendedor das TDAs, Vicente de Paula Pedrosa da Silva. No entendimento da PF, o ideal é ouvir Jader Barbalho por último.
Os títulos foram usados na desapropriação da fazenda Paraíso (PA), em 1988, quando Jader era ministro da Reforma Agrária e encaminhou ao presidente José Sarney a documentação para definir as terras como de "interesse social" e desapropriá-las.
Jader disse que apóia toda apuração de acusações contra ele, mas que não irá assinar requerimento para criar uma CPI. Ele determinou que o corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), acompanhe a investigação da PF.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PSDB-RR), disse que o governo é contra a criação de uma CPI para investigar as acusações contra Jader, alegando que todos os fatos estão sendo apurados pelo Ministério Público.
A maioria dos senadores do PMDB e da base governista não é favorável a uma investigação interna contra Jader, embora reconheça que sua situação está cada vez mais difícil e que a imagem do Senado também está desgastada.
""O Senado deveria era votar propostas que interessam ao país", disse o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC). Jader, segundo ele, ""tem mandato e vai continuar presidindo o Senado".
O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), disse que Jader já tomou a iniciativa de pedir ao Ministério Público que o investigue e que cabe ao governo dar uma resposta: ""Compete ao governo não deixar nenhuma dúvida". Mauro Miranda (PMDB-GO) disse que, "enquanto não tiver um papel na mão, um documento grave, atual, que prove algum deslize da parte dele, o Senado não pode abrir um processo contra Jader".


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