|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Tourinho nega ter enviado lista
sobre projetos da Sudam a senador
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O ex-superintendente da Sudam José Arthur Guedes Tourinho negou que tivesse enviado
qualquer lista sobre projetos do
órgão para o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).
Durante as investigações sobre
a influência política e os desvios
de verba na Sudam, a Polícia Federal apreendeu nos escritórios
de Tourinho uma lista com informações sobre 26 projetos.
O papel era endereçado ao ""sen
JB". A maioria dos projetos era da
região de Altamira, uma das principais bases eleitorais do senador,
no interior do Pará.
Altamira também é a região de
atuação dos irmãos Soares, correligionários de Jader e acusados de
liderar um esquema de desvio de
verba para projetos da Sudam. O
empresário Romildo Soares foi
indiciado na semana passada sob
essa acusação.
"Nunca dei nenhuma informação desse tipo para nenhum político", disse Tourinho.
A lista não está datada e ainda é
objeto de investigação pela Polícia
Federal e pela Procuradoria da
República. Assim como ela, há
uma série de documentos apreendidos em diversos Estados ainda
sob análise.
O ex-superintendente foi indicado por Jader em 1996 para ocupar a chefia da Sudam. Pediu exoneração no final de 1999.
Neste ano, sindicância interna
da Sudam apontou que Tourinho
participou de forma irregular da
liberação de verbas para o empresário José Osmar Borges, acusado
de desviar mais de R$ 100 milhões
da Sudam. Ex-sócio de Jader em
uma fazenda no interior do Pará,
Borges nega as irregularidades.
A investigação levou o governo
federal a transformar a exoneração em demissão. Tourinho afirma não ter sido responsável por
nenhum desvio de verba e que está sendo vítima de uma perseguição política.
"Suspeitava, só isso"
O advogado Gildo Ferraz, um
dos personagens da gravação na
qual é apontada a suspeita de venda de TDAs (Títulos da Dívida
Agrária), que envolvia o presidente do Senado, Jader Barbalho
(PMDB-PA), negou saber sobre a
fita. "Suspeitava que meus telefones estivessem grampeados, só isso", afirmou.
O telefonema entre Ferraz, que
já foi procurador da República,
seu antigo cliente Serafim Rodrigues de Moraes, ex-dono do
Agrobanco, e a mulher dele, Vera
Arantes Campos, aconteceu há
cerca de um mês. Ele foi divulgado na edição da revista "IstoÉ"
desta semana.
Gildo Ferraz, que move uma
ação contra Jader sobre a compra
da emissora de televisão RBA (Rede Brasil Amazônia), disse que ligou para Moraes para confirmar a
história de que quem estava por
trás das vendas das TDAs, que
custaram US$ 4 milhões ao antigo
dono do Agrobanco, seria um irmão do presidente do Senado.
"Foi quando eles disseram que,
na verdade, era o próprio Jader",
disse Gildo Ferraz.
Texto Anterior: Peemedebista será o último a depor na PF Próximo Texto: Gildo Ferraz diz desconhecer fita de sua conversa com ex-banqueiro Índice
|