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Inventor do "lulômetro"
é advertido por banco
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
O inventor do termo "lulômetro", o analista Daniel Tenengauzer, foi repreendido ontem pelo
banco de investimentos Goldman
Sachs por ter usado a expressão
em relatório sobre a economia
brasileira divulgado ao mercado
na semana passada. Ele criou um
modelo matemático que embute
o resultado da corrida eleitoral na
previsão da cotação do dólar.
O cálculo foi batizado por ele de
"lulameter" ("lulômetro"), uma
referência ao pré-candidato à Presidência que lidera as pesquisas
de intenção de voto, Luiz Inácio
Lula da Silva. Segundo a análise,
uma eventual vitória do petista fará com que o câmbio alcance R$
3,04 no fim de outubro, após o segundo turno das eleições.
A Folha apurou que a direção
em Nova York não questionou a
previsão, mas achou "leviana" e
de "mau gosto" a expressão, justo
quando comentários de bancos
de investimento e corretoras de
valores sobre a economia brasileira estão sob escrutínio público.
Em abril, instituições financeiras como a Merrill Lynch rebaixaram os papéis brasileiros dando
como principal justificativa a ascensão de Lula nas pesquisas.
Indagado pela Folha por telefone se era o autor da expressão "lulameter" e qual a reação do banco
a ela, o analista Daniel Tenengauzer ficou em silêncio. Depois, pediu que a reportagem procurasse
o setor de imprensa do banco.
Não é a primeira polêmica em
que se mete Tenengauzer, 34, autor, entre outros ensaios, de "The
"Yo-Yo" Yen" (O Iene Ioiô), sobre
o comportamento da moeda japonesa. Em maio de 2001, atraiu a
fúria da poderosa comunidade judaica nova-iorquina ao fazer análise considerada leviana sobre a
economia de Israel.
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