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Juiz revoga prisão de compadre do presidente
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
DO ENVIADO A CAMPO GRANDE
O juiz da 5ª Vara Federal de
Campo Grande Dalton Igor Kita Conrado decretou, ontem à
noite, a prisão preventiva de
nove acusados de pertencer à
máfia dos caça-níqueis, entre
eles, o empresário de jogos Nilton Cézar Servo. Dario Morelli
Filho, compadre do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, teve a
prisão revogada pelo juiz.
Inicialmente, a Polícia Federal havia informado que pediria
a prisão preventiva de 11 acusados. O Ministério Público Federal, porém, foi contrário a um
dos pedidos.
No total, o juiz revogou a prisão de 18 pessoas. Pela decisão,
eles começam a ser soltos durante o dia de hoje.
Dos 85 mandados de prisão
da Operação Xeque-Mate, foram expedidos 39. Desses, 12
acusados já haviam sido soltos
na sexta-feira passada.
A PF argumentou ao juiz que
era necessário manter os nove
acusados presos porque soltos
poderiam, "devido ao grande
poder econômico", prejudicar a
continuidade das investigações
destruindo provas.
Sócio
Dario Morelli foi preso no dia
4 durante a Operação Xeque-Mate, que desmontou uma máfia de caça-níqueis. Sua prisão
temporária, que tinha sido
prorrogada na sexta-feira, vence à meia-noite de hoje.
Apesar de se livrar da prisão,
Morelli foi indiciado sob suspeita de corrupção ativa, formação de quadrilha, contrabando de componentes de máquinas caça-níqueis e falsidade
ideológica. Como o processo
está em segredo de Justiça, não
há dados sobre em que o delegado se baseou para soltar Morelli e pedir a prisão de Servo.
A Folha apurou com uma
fonte ligada à investigação que
a PF decidiu manter presos os
supostos chefes das "cinco organizações criminosas" que
formavam a máfia dos caça-níqueis, movimentando R$ 250
mil por dia. Servo é apontado
como chefe da primeira organização e sócio de Morelli em
uma casa de caça-níqueis aberta em nome de um laranja em
Ilhabela (SP). Morelli aparece
na investigação como "sócio", e
não "chefe".
Entre os acusados que continuam presos, estão dois coronéis da Polícia Militar e o dono
da empresa Multiplay, Raimondo Romano. A PF descartou ontem que ele tenha sido
preso no México, como chegou
a ser divulgado pela imprensa.
O ex-deputado federal Gandi
Jamil Georges continua foragido e com prisão preventiva
decretada.
(HUDSON CORRÊA E RUBENS VALENTE)
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