São Paulo, quarta-feira, 13 de junho de 2007

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Juiz revoga prisão de compadre do presidente

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
DO ENVIADO A CAMPO GRANDE

O juiz da 5ª Vara Federal de Campo Grande Dalton Igor Kita Conrado decretou, ontem à noite, a prisão preventiva de nove acusados de pertencer à máfia dos caça-níqueis, entre eles, o empresário de jogos Nilton Cézar Servo. Dario Morelli Filho, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve a prisão revogada pelo juiz.
Inicialmente, a Polícia Federal havia informado que pediria a prisão preventiva de 11 acusados. O Ministério Público Federal, porém, foi contrário a um dos pedidos.
No total, o juiz revogou a prisão de 18 pessoas. Pela decisão, eles começam a ser soltos durante o dia de hoje.
Dos 85 mandados de prisão da Operação Xeque-Mate, foram expedidos 39. Desses, 12 acusados já haviam sido soltos na sexta-feira passada.
A PF argumentou ao juiz que era necessário manter os nove acusados presos porque soltos poderiam, "devido ao grande poder econômico", prejudicar a continuidade das investigações destruindo provas.

Sócio
Dario Morelli foi preso no dia 4 durante a Operação Xeque-Mate, que desmontou uma máfia de caça-níqueis. Sua prisão temporária, que tinha sido prorrogada na sexta-feira, vence à meia-noite de hoje.
Apesar de se livrar da prisão, Morelli foi indiciado sob suspeita de corrupção ativa, formação de quadrilha, contrabando de componentes de máquinas caça-níqueis e falsidade ideológica. Como o processo está em segredo de Justiça, não há dados sobre em que o delegado se baseou para soltar Morelli e pedir a prisão de Servo.
A Folha apurou com uma fonte ligada à investigação que a PF decidiu manter presos os supostos chefes das "cinco organizações criminosas" que formavam a máfia dos caça-níqueis, movimentando R$ 250 mil por dia. Servo é apontado como chefe da primeira organização e sócio de Morelli em uma casa de caça-níqueis aberta em nome de um laranja em Ilhabela (SP). Morelli aparece na investigação como "sócio", e não "chefe".
Entre os acusados que continuam presos, estão dois coronéis da Polícia Militar e o dono da empresa Multiplay, Raimondo Romano. A PF descartou ontem que ele tenha sido preso no México, como chegou a ser divulgado pela imprensa.
O ex-deputado federal Gandi Jamil Georges continua foragido e com prisão preventiva decretada. (HUDSON CORRÊA E RUBENS VALENTE)

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