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Novo diretor-geral da PF será do Estado
WLADIMIR GRAMACHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Virá do Estado do Espírito Santo o novo diretor-geral da Polícia
Federal. O delegado Armando
Assis Possa, 49, que ocupa interinamente o cargo, chegou de Vitória há três meses trazendo na bagagem elogios pelo combate ao
crime organizado capixaba.
Sua escolha será comunicada
oficialmente na segunda-feira pelo novo ministro da Justiça, Paulo
de Tarso Ribeiro, cujo antecessor,
Miguel Reale Jr., caiu exatamente
devido ao embate ocorrido nesta
semana sobre a frustrada intervenção federal naquele Estado.
A nomeação de Possa, que trabalhou no Espírito Santo durante
os últimos seis anos, servirá também para que o governo federal
dê um sinal de que mantém o tema em sua agenda de prioridades.
O ministro e o novo diretor-geral
da PF reuniram-se ontem, às
18h30, para discutir a agenda do
órgão nos próximos cinco meses
e meio que encerram o governo
Fernando Henrique Cardoso.
Desde abril, Possa ocupava o
cargo de diretor de polícia judiciária da PF, o que equivale à vice-direção do órgão. No Espírito Santo, trabalhou na seção de inteligência por dois anos, passou outros dois como delegado regional
e mais dois como superintendente. Possa é carioca, ingressou na
PF em 1976 como agente e passou
a delegado em 1982.
A principal parceria de trabalho
de Armando Possa no Estado foi
celebrada com o então procurador-chefe do Ministério Público
Federal em Vitória, Ronaldo Albo. O procurador, que havia sido
transferido para o Rio Grande do
Sul, foi indicado para compor a
força-tarefa que buscará controlar a crise na segurança capixaba.
Armando Possa vai substituir
Itanor Neves Carneiro, que pediu
sua exoneração na última terça-feira alegando "motivos pessoais". Na verdade, as acusações
de uso eleitoral de investigações
da Polícia Federal e a falta de controle sobre a corporação é que determinaram a saída de Carneiro.
A agenda do novo diretor-geral
da PF não será fácil. Além da crise
no Espírito Santo, Possa terá que
apaziguar os ânimos de delegados
contrários à medida provisória
que criou 6.000 cargos de guardas
fardados da PF e uma carreira de
analista de informações.
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