São Paulo, sábado, 13 de julho de 2002

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Novo diretor-geral da PF será do Estado

WLADIMIR GRAMACHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Virá do Estado do Espírito Santo o novo diretor-geral da Polícia Federal. O delegado Armando Assis Possa, 49, que ocupa interinamente o cargo, chegou de Vitória há três meses trazendo na bagagem elogios pelo combate ao crime organizado capixaba.
Sua escolha será comunicada oficialmente na segunda-feira pelo novo ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, cujo antecessor, Miguel Reale Jr., caiu exatamente devido ao embate ocorrido nesta semana sobre a frustrada intervenção federal naquele Estado.
A nomeação de Possa, que trabalhou no Espírito Santo durante os últimos seis anos, servirá também para que o governo federal dê um sinal de que mantém o tema em sua agenda de prioridades. O ministro e o novo diretor-geral da PF reuniram-se ontem, às 18h30, para discutir a agenda do órgão nos próximos cinco meses e meio que encerram o governo Fernando Henrique Cardoso.
Desde abril, Possa ocupava o cargo de diretor de polícia judiciária da PF, o que equivale à vice-direção do órgão. No Espírito Santo, trabalhou na seção de inteligência por dois anos, passou outros dois como delegado regional e mais dois como superintendente. Possa é carioca, ingressou na PF em 1976 como agente e passou a delegado em 1982.
A principal parceria de trabalho de Armando Possa no Estado foi celebrada com o então procurador-chefe do Ministério Público Federal em Vitória, Ronaldo Albo. O procurador, que havia sido transferido para o Rio Grande do Sul, foi indicado para compor a força-tarefa que buscará controlar a crise na segurança capixaba.
Armando Possa vai substituir Itanor Neves Carneiro, que pediu sua exoneração na última terça-feira alegando "motivos pessoais". Na verdade, as acusações de uso eleitoral de investigações da Polícia Federal e a falta de controle sobre a corporação é que determinaram a saída de Carneiro.
A agenda do novo diretor-geral da PF não será fácil. Além da crise no Espírito Santo, Possa terá que apaziguar os ânimos de delegados contrários à medida provisória que criou 6.000 cargos de guardas fardados da PF e uma carreira de analista de informações.


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