|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/RUMO A 2006
Levantamento mostra que a avaliação do presidente oscilou positivamente, passando de 57,4% para 59,9% o total dos que o apóiam
Petista segue popular, aponta pesquisa
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
As denúncias de corrupção envolvendo o governo e o agravamento da crise política não afetaram a popularidade do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com a pesquisa Sensus divulgada ontem pela CNT (Confederação Nacional do Transporte).
Embora 40,3% dos 2.000 entrevistados considerem que a corrupção aumentou no governo Lula -9,1 pontos percentuais a mais
do que em maio-, a avaliação
pessoal do presidente oscilou positivamente, passando de 57,4%
(maio) para 59,9% o total dos que
aprovam sua administração
-2,2 pontos percentuais a mais
do que em relação à pesquisa anterior. A margem de erro é de três
pontos percentuais para mais ou
para menos.
Já a desaprovação em relação ao
desempenho pessoal do presidente caiu de 32,7% para 30,2%
-a variação permanece dentro
da margem de erro da pesquisa,
realizada entre os dias 5 e 7.
Segundo a maioria dos entrevistados, o escândalo da corrupção
está mais vinculado à Câmara dos
Deputados e ao próprio PT. "Até
agora, a blindagem que fizeram
em cima do presidente Lula e a
melhoria da economia nos últimos seis meses funcionaram perfeitamente", disse Clésio Andrade, presidente da CNT e vice-governador de Minas pelo PL.
Para 35,4% dos entrevistados, o
escândalo está ligado à Câmara;
para 31,2%, ao PT; e para 12%, ao
presidente Lula. Segundo 45,7%
das pessoas ouvidas, o presidente
não tinha conhecimento prévio
das denúncias sobre o suposto
pagamento de "mensalão" na Câmara e de corrupção nas estatais.
Para outros 33,6%, Lula sabia das
denúncias feitas pelo deputado
Roberto Jefferson (PTB-RJ).
A maioria dos entrevistados
(76%) tem acompanhado ou tomou conhecimento das denúncias apresentadas pelo presidente
licenciado do PTB -67,1% consideram que Jefferson fala a verdade e outros 18,1% não crêem nas
afirmações do parlamentar.
Os entrevistados (47,8%) classificaram como positivas as atitudes tomadas pelo presidente no
combate à corrupção. Para 31,9%,
o presidente age de forma errada.
Os dados da pesquisa CNT/Sensus revelam que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva teria um segundo mandato se as eleições fossem realizadas hoje. Na pesquisa
espontânea (quando os entrevistados dizem em quem pretendem
votar sem um cartão com nomes), Lula aparece com 21,1%, seguido pelo prefeito de São Paulo,
José Serra (PSDB), que tem 4,5%,
o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com 1,9% e o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também do PSDB,
que tem 1,8%, aponta a pesquisa.
Nos cenários estimulados
(quando os entrevistados vêem os
nomes dos candidatos), o presidente Lula somente disputaria o
segundo turno na eventual candidatura do prefeito Serra. Nesse caso, no primeiro turno, Lula teria
37,1% dos votos, contra 19,1% de
Serra, 9,8% de Anthony Garotinho (PMDB), 6,6% de César Maia
(PFL), 3,1% da senadora Heloisa
Helena (PSOL) e 0,8% do sociólogo Roberto Mangabeira Unger.
Sem o nome do seu adversário
no segundo turno da última eleição, o presidente venceria no primeiro turno. Os pesquisadores
ofereceram ainda uma lista de seis
nomes para a disputa de um eventual segundo turno -em todas, o
presidente Lula venceria a disputa
com uma ampla margem -a menor diferença seria se o seu adversário fosse Serra (46,3% contra
32,7%). A maior diferença seria
na disputa com César Maia
(54,5% contra 16,8%).
"Os resultados demonstram
que, se as eleições fossem disputadas hoje, o presidente Lula seria
imbatível e sem adversário à altura", disse Clésio Andrade. Realizada em 24 Estados e 195 municípios, a pesquisa foi feita em áreas
urbana e rural e os entrevistados
foram divididos por sexo, renda,
idade e escolaridade.
Texto Anterior: Perfil: Rezende transita pelos mundos político e acadêmico Próximo Texto: Historiadores negam "colombização" Índice
|