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Acusados de estatal não foram afastados no dia
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Dois funcionários da Petrobras denunciados pelo Ministério Público Federal na operação Águas Profundas, José Antonio Villanueva Villanueva e
Carlos Roberto Velasco, só foram afastados ontem, apesar de
a estatal ter informado em nota
na terça-feira que todos os acusados perderam seus cargos e
deixaram suas funções imediatamente após a denúncia.
A Petrobras informou ontem
que determinou a demissão por
justa causa de dois dos funcionários acusados, sem revelar
seus nomes. "A participação
dos outros três está sendo avaliada", disse. A empresa afirmou ainda que "continuará
adotando todas as medidas necessárias para colaborar com as
investigações das autoridades".
Indagado sobre a decisão da
companhia de afastá-lo, Villanueva falou à Folha que continuava a trabalhar normalmente. "Continuo, sim, claro."
Villanueva disse, porém, que
foi "orientado a não falar" sobre sua suposta participação
nas fraudes, sem esclarecer se a
ordem partiu da empresa ou de
seu advogado. Ele também não
indicou um advogado para dar
sua versão.
Velasco disse à Folha que
nunca beneficiou empresas
nem participou de supostas
fraudes em licitações. "Eu nego, claro. Apesar de não saber
ainda do que estou sendo acusado, isso que tem sido noticiado não é verdade."
A Petrobras informou, em
nota, que "recebeu inicialmente dos responsáveis pela investigação uma lista contendo três
nomes de empregados da companhia considerados suspeitos,
entre os quais não estavam os
de Villanueva e Velasco". Segundo a Petrobras, os três
-presos na terça-feira- foram
imediatamente afastados.
"O nome dos empregados citados chegou oficialmente ao
conhecimento da Petrobras
apenas no início da tarde de hoje [ontem]". Logo após a notificação oficial, diz a empresa, a
direção determinou o afastamento dos dois empregados.
Segundo a acusação, os quatro sócios da Angraporto, denunciados e presos na operação
Águas Profundas, "cooptaram
os denunciados Rômulo Miguel [de Morais, gerente da plataforma P-16] e José Antonio
Villanueva Villanueva, obtendo
deles informações privilegiadas necessárias à conquista da
licitação".
Os dois teriam, no dia 13 de
maio de 2005, se reunido com
Mauro Zamprogno, sócio da
Angraporto, no Rio "para elaborar, em conjunto, a planilha
com os preços que seriam praticados na concorrência". Em
uma escuta autorizada Zamprogno negocia o pagamento
de propina para "pagar" os serviços de Villanueva.
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