São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2007

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Acusados de estatal não foram afastados no dia

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Dois funcionários da Petrobras denunciados pelo Ministério Público Federal na operação Águas Profundas, José Antonio Villanueva Villanueva e Carlos Roberto Velasco, só foram afastados ontem, apesar de a estatal ter informado em nota na terça-feira que todos os acusados perderam seus cargos e deixaram suas funções imediatamente após a denúncia.
A Petrobras informou ontem que determinou a demissão por justa causa de dois dos funcionários acusados, sem revelar seus nomes. "A participação dos outros três está sendo avaliada", disse. A empresa afirmou ainda que "continuará adotando todas as medidas necessárias para colaborar com as investigações das autoridades".
Indagado sobre a decisão da companhia de afastá-lo, Villanueva falou à Folha que continuava a trabalhar normalmente. "Continuo, sim, claro."
Villanueva disse, porém, que foi "orientado a não falar" sobre sua suposta participação nas fraudes, sem esclarecer se a ordem partiu da empresa ou de seu advogado. Ele também não indicou um advogado para dar sua versão.
Velasco disse à Folha que nunca beneficiou empresas nem participou de supostas fraudes em licitações. "Eu nego, claro. Apesar de não saber ainda do que estou sendo acusado, isso que tem sido noticiado não é verdade."
A Petrobras informou, em nota, que "recebeu inicialmente dos responsáveis pela investigação uma lista contendo três nomes de empregados da companhia considerados suspeitos, entre os quais não estavam os de Villanueva e Velasco". Segundo a Petrobras, os três -presos na terça-feira- foram imediatamente afastados.
"O nome dos empregados citados chegou oficialmente ao conhecimento da Petrobras apenas no início da tarde de hoje [ontem]". Logo após a notificação oficial, diz a empresa, a direção determinou o afastamento dos dois empregados.
Segundo a acusação, os quatro sócios da Angraporto, denunciados e presos na operação Águas Profundas, "cooptaram os denunciados Rômulo Miguel [de Morais, gerente da plataforma P-16] e José Antonio Villanueva Villanueva, obtendo deles informações privilegiadas necessárias à conquista da licitação".
Os dois teriam, no dia 13 de maio de 2005, se reunido com Mauro Zamprogno, sócio da Angraporto, no Rio "para elaborar, em conjunto, a planilha com os preços que seriam praticados na concorrência". Em uma escuta autorizada Zamprogno negocia o pagamento de propina para "pagar" os serviços de Villanueva.


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