São Paulo, Terça-feira, 13 de Julho de 1999
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Crítica é "injusta", diz Lafer

da Sucursal de Brasília

O ministro do Desenvolvimento, Celso Lafer, declarou ontem que as críticas ao seu trabalho no ministério são "incorretas e injustas" e reagiu, pela primeira vez, às argumentações contrárias à sua permanência no posto.
Lafer afirmou que considera esses comentários como "observações no plano da personalidade" e acrescentou que não quer criar dificuldades para que o presidente Fernando Henrique Cardoso decida sobre sua continuidade ou não no ministério.
"A observação que vejo na imprensa vinculada à inação deste ministério me parece incorreta e injusta", afirmou em um tom de voz mais elevado que o habitual.
"Meu cargo é de confiança, e, da maneira como interpreto, o presidente tem todas as condições para avaliar a minha permanência. Não serei eu que estarei criando alguma dificuldade para o presidente", completou ele, após cerimônia de criação do fundo de aval para micros e pequenas empresas.
Na última quarta-feira, Lafer fez declarações que indicavam o acerto com FHC de sua sobrevivência à reforma ministerial, prevista para esta semana.
Na ocasião, o ministro afirmou que havia discutido "o tema da continuidade" com Fernando Henrique e deu posse aos dois novos presidentes de agências ligadas ao ministério, cujos nomes havia sugerido ao presidente.
A maior parte das críticas contra a permanência de Celso Lafer à frente do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio provêem do mesmo PSDB ao qual Lafer é filiado e dos demais partidos da base governista no Congresso.
"Tempo da economia é mais lento que o das aspirações políticas", argumentou ontem o ministro, ao lado do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), José Pio Borges, provocando silêncio na sala de reuniões do 6º andar do ministério.
Segundo Lafer, o ministério tem trabalhado com "problemas difíceis" -álcool, açúcar, café, regime automotivo, pequenas empresas e desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste.
Antes de ser chamado a conduzir o ministério, Lafer era embaixador do Brasil na delegação permanente do Brasil em Genebra. Entre suas atribuições estava representar o país na OMC (Organização Mundial do Comércio).


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