São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2000


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OUTRO LADO
Amigo de EJ diz que não foi ele quem o indicou

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Caixa Seguros, Pedro Pereira de Freitas, admite que é amigo, mas não muito próximo, de Eduardo Jorge. Ressalva, porém, que não foi indicado por ele para o cargo. "Minha indicação partiu do presidente da Caixa Econômica Federal, Danilo de Castro (hoje deputado federal)."
Freitas diz que não beneficiou a Delphos. Ao contrário, diz ter reduzido os valores pagos pela Caixa Seguros no contrato firmado em 1977. "A comissão que eles recebem já foi de 3,5% sobre o faturamento com a venda de seguros habitacionais e hoje está em 1,76%."
A direção da Delphos informa que a Caixa Seguros é apenas um dos mais de 60 clientes da empresa. Também diz que a relação comercial com a Caixa Seguros tem 30 anos.
Para Freitas, o repasse de contratos de seguros é um bom negócio. Segundo ele, a rentabilidade em 1999 prova que a estratégia está correta. "Tivemos retorno de 62% sobre o patrimônio líquido, é a maior rentabilidade do mercado."
A Folha apurou que um dos principais motivos para esse resultado é o baixo custo da Caixa Seguros na venda de seus produtos, comercializados pela rede de agências da CEF.
Segundo Freitas, a Caixa Seguros reparte com outras seguradoras os ganhos com a venda de produtos de maior risco. O objetivo é compensar a falta de experiência da empresa, que iniciou há seis anos a diversificação de seus produtos.
Freitas também diz seguir a recomendação de consultores internacionais e escolher parcerias conforme interesses estratégicos da empresa.
Segundo ele, a Caixa Seguros pega poucos contratos de outras seguradoras por não ter interesse nisso. "Se for para nos darem co-seguros fora da qualidade da nossa política de aceitação, nós não queremos", diz.
No caso das transferências de seguros no ramo habitacional, Freitas diz que apenas dá seguimento a um acordo de 1991.
Por esse acordo, a Caixa Seguros transfere quase metade do que arrecada para outras seguradoras como compensação pelo direito de explorar a venda de seguros no mercado habitacional cativo da CEF.
Ele diz não poder desfazer o acordo. "Se acabássemos com essas parcerias, o mercado iria se voltar contra nós e poderíamos perder a gestão desse negócio." Segundo ele, a retenção desses negócios resultaria em um ganho pequeno.
Freitas acrescenta que a empresa não repassa contratos habitacionais mais recentes, com os quais tem grande retorno.
Procurado pela Folha, Eduardo Jorge não quis dar declarações. O empresário Mário Petrelli não foi localizado na sexta-feira à noite.



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