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OUTRO LADO
Amigo de EJ diz que não foi ele quem o indicou
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Caixa Seguros, Pedro Pereira de Freitas,
admite que é amigo, mas não
muito próximo, de Eduardo
Jorge. Ressalva, porém, que
não foi indicado por ele para o
cargo. "Minha indicação partiu
do presidente da Caixa Econômica Federal, Danilo de Castro
(hoje deputado federal)."
Freitas diz que não beneficiou a Delphos. Ao contrário,
diz ter reduzido os valores pagos pela Caixa Seguros no contrato firmado em 1977. "A comissão que eles recebem já foi
de 3,5% sobre o faturamento
com a venda de seguros habitacionais e hoje está em 1,76%."
A direção da Delphos informa que a Caixa Seguros é apenas um dos mais de 60 clientes
da empresa. Também diz que a
relação comercial com a Caixa
Seguros tem 30 anos.
Para Freitas, o repasse de
contratos de seguros é um bom
negócio. Segundo ele, a rentabilidade em 1999 prova que a
estratégia está correta. "Tivemos retorno de 62% sobre o
patrimônio líquido, é a maior
rentabilidade do mercado."
A Folha apurou que um dos
principais motivos para esse
resultado é o baixo custo da
Caixa Seguros na venda de seus
produtos, comercializados pela
rede de agências da CEF.
Segundo Freitas, a Caixa Seguros reparte com outras seguradoras os ganhos com a venda
de produtos de maior risco. O
objetivo é compensar a falta de
experiência da empresa, que
iniciou há seis anos a diversificação de seus produtos.
Freitas também diz seguir a
recomendação de consultores
internacionais e escolher parcerias conforme interesses estratégicos da empresa.
Segundo ele, a Caixa Seguros
pega poucos contratos de outras seguradoras por não ter interesse nisso. "Se for para nos
darem co-seguros fora da qualidade da nossa política de aceitação, nós não queremos", diz.
No caso das transferências de
seguros no ramo habitacional,
Freitas diz que apenas dá seguimento a um acordo de 1991.
Por esse acordo, a Caixa Seguros transfere quase metade
do que arrecada para outras seguradoras como compensação
pelo direito de explorar a venda
de seguros no mercado habitacional cativo da CEF.
Ele diz não poder desfazer o
acordo. "Se acabássemos com
essas parcerias, o mercado iria
se voltar contra nós e poderíamos perder a gestão desse negócio." Segundo ele, a retenção
desses negócios resultaria em
um ganho pequeno.
Freitas acrescenta que a empresa não repassa contratos habitacionais mais recentes, com
os quais tem grande retorno.
Procurado pela Folha,
Eduardo Jorge não quis dar declarações. O empresário Mário
Petrelli não foi localizado na
sexta-feira à noite.
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