|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CASO CC-5
Documentos serão analisados pela CPI no Congresso
Papéis mostram que gerente do Banestado conhecia transações
ANDRÉA MICHAEL
ENVIADA ESPECIAL A CURITIBA
Relatórios de um gerente da
agência do Banestado em Nova
York obtidos pela Folha descrevem visitas, em duas viagens ao
Brasil, a quatro doleiros que movimentaram US$ 2,39 bilhões em
21 meses. As operações, via contas
CC-5 (para não-residentes), são
investigadas pela Polícia Federal.
Os documentos, assinados por
Ércio de Paula Santos, fazem parte do trabalho da CPI do Banestado instalada em março na Assembléia Legislativa do Paraná.
Os documentos foram entregues ontem pelo presidente da
CPI paranaense, deputado Neivo
Beraldin (PDT), à CPI do Banestado instalada no Congresso.
Beraldin não quis comentar os
relatos do gerente. "Estão sob segredo de Justiça. Só posso dizer
que os documentos mostram que
o banco conhecia as atividades irregulares de seus clientes."
Entre os doleiros, o maior é Alberto Youssef, responsável, segundo a PF, por quatro contas.
Movimentou US$ 876,8 milhões
entre 1996 e 1997. Youssef nega as
irregularidades.
O gerente informa que, em 18 de
dezembro de 1995, visitou o escritório de Youssef em Londrina,
mas o dono do negócio se encontrava em São Paulo. Fala do aumento do volume de negócios na
ocasião, "em razão de final de
ano, consolidação de balanços, cx
2 [caixa dois] de empresas etc.".
O advogado do gerente Santos,
Alessandro Silvério, disse que seu
cliente só se manifestará em juízo.
No mesmo trecho do relatório,
Santos registra a dificuldade de
Youssef para depositar os "R$
[reais] em conta do BDP [Banco
del Paraná] (em algumas agências
de SP) em razão de se constituir
um depósito em conta CC-5".
Os outros doleiros citados nos
relatórios são Silvio Anspach, Alexander Ferreira Gomes e Gilberto
Benzecry.
Juntos, remeteram US$ 1,51 bilhão para o Banestado de Nova
York. Eles negam a existência de
irregularidades.
Texto Anterior: Economista propõe índice de pobreza Próximo Texto: Memória: Missa de 7º dia de Roberto Marinho reúne cerca de mil pessoas no Rio Índice
|