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São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2003

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Linha oficial de pobres ganha força

DA REDAÇÃO

Vem ganhando força a idéia de que o Brasil deve ter uma linha de pobreza oficial. O argumento é que, com isso, os governos poderiam ser avaliados e cobrados de maneira objetiva.
O economista Márcio Pochmann é um dos que tentam emplacar a idéia. Na próxima segunda, deve se reunir com deputados e senadores de São Paulo para tratar do assunto. "Temos um indicador oficial de desemprego, mas não um de pobreza", diz ele.
A iniciativa não é inédita. Há um projeto de lei de 2000 do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) com a mesma proposta, e em fevereiro deste ano, o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, prometeu uma linha oficial de pobreza para dali a dois anos.
Pochmann, que é secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo, defende que o índice oficial adote como referência a pobreza relativa, e não a pobreza absoluta. A diferença é que a absoluta diz respeito ao atendimento de necessidades básicas, e a relativa leva em conta o padrão de vida médio da sociedade: uma pessoa é pobre se a sua renda é muito menor do que a média.
Esse enfoque, já adotado na União Européia, embute a noção de que a pobreza deve ser combatida com a diminuição na desigualdade.
Lena Lavinas, economista da UFRJ, acrescenta que o conceito "simplifica o debate metodológico", pois dispensa a definição e a quantificação das necessidades básicas das pessoas.


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