São Paulo, sexta-feira, 13 de agosto de 2004

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Na TV, Lula deve elogiar a situação econômica do país

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz hoje à noite um pronunciamento oficial no rádio e na TV no qual deverá dizer que o Brasil vive o melhor momento econômico dos últimos anos por conjugar inflação sob controle, ajuste fiscal e contas externas favoráveis.
Deverá ainda fazer um apelo ao Congresso para que aprove projetos de incentivo à economia do país.
Até o início da noite de ontem, quando Lula gravava o pronunciamento, estava descartada a idéia de menção a uma suposta onda denuncista -o que dividiu opiniões na cúpula do governo.
O discurso foi gravado às pressas pelo publicitário Duda Mendonça, que viajou de São Paulo para Brasília somente para isso.
O presidente decidiu falar antes da terça-feira, dia do início do horário eleitoral gratuito das eleições municipais deste ano, em outubro, para tentar evitar ou pelo menos minimizar a acusação de uso da máquina pública para beneficiar candidatos petistas.
O bom desempenho da economia é uma das razões, segundo a cúpula do governo, de melhora do desempenho de petistas em pesquisas realizadas recentemente.
E a intenção primeira de Lula é capitalizar politicamente o bom momento econômico por que o país passa, afirmam auxiliares do presidente.
Lula deverá dizer que estão criadas as condições para um crescimento sustentado da economia por muitos anos.
Deverá afirmar que, para evitar um crescimento econômico curto, uma bolha de alguns poucos anos, há muito trabalho a ser feito. Daí fazer um pedido ao Congresso para aprovar projetos como a nova Lei de Falências e as PPPs (Parcerias Público-Privadas).
Lula voltará a lembrar que recebeu o país em situação difícil, que os problemas não estão todos resolvidos, que é preciso cuidado para não haver um retrocesso, mas que já há resultados. Deverá repetir que é preciso "perseverar" nesse caminho.
O presidente pretendia citar a geração de um milhão de empregos, aumento de investimentos privados, crescimento da produção industrial e medidas recentes de incentivo à economia (como o pacote que baixou os tributos nas áreas industrial e financeira).
O presidente também deverá dizer que o Brasil está na moda no exterior e que essa boa imagem ajuda o país a exportar e a vencer as dificuldades econômicas.
De modo geral, o tom do pronunciamento, bem ao estilo de Duda Mendonça, marqueteiro que cuida de campanhas do PT em capitais, deverá ser de otimismo e confiança.
(KENNEDY ALENCAR)


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