São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 2005

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PAINEL

Pela raiz
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, abortou a articulação de parte da bancada do partido na Câmara para se juntar ao bloco dos que defendem a escolha de um nome do PT, digerível pela oposição, para substituir Severino Cavalcanti (PP-PE) na presidência da Câmara.

Tudo menos isso
Bornhausen se explica: "A esta altura, colocar um petista na presidência da Câmara equivale a dar um habeas corpus preventivo ao presidente Lula".

Entrou areia
O veto do senador dificulta as tratativas entre governo e oposição para solucionar o caso Severino. Sem acordo, a representação contra o deputado no Conselho de Ética, prevista para hoje, pode ser adiada se não surgir o cheque do "mensalinho".

Sem chance
Com ou sem rejeição do PFL à idéia de devolver a presidência da Câmara a um petista, há um nome do partido sobre o qual a oposição não aceita nem conversar: Arlindo Chinaglia (SP).

Vaivém
Apesar da resistência quase generalizada em entregar a cadeira de Severino ao PMDB, que já tem a presidência do Senado, o nome de Michel Temer (SP) voltou a ser lembrado nas conversas da oposição.

Espírito CFJ
A assessoria de Severino mantém sob estrita vigilância a cobertura da TV Câmara a respeito do "mensalinho" que teria beneficiado o presidente da Casa.

Trama subterrânea
Fã de carteirinha do metrô nova-iorquino, o senador José Jorge (PFL-PE) conseguiu arrastar o primeiro-vice da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), para uma conversa reservada a bordo de um dos trens, na viagem parlamentar da semana passada, a respeito do futuro de Severino.

Com a barriga
Prossegue a operação subterrânea para tentar evitar o depoimento do presidente do Citi, Gustavo Marín, à CPI do Mensalão. Agora é a Trevisan Associados, do amigo de Lula Antoninho Marmo Trevisan, que está dando uma mão ao banco.

Datatudo 1
Com a avalanche de dados das quebras de sigilos telefônicos, a CPI dos Correios já ostenta um recorde: formou o maior banco de dados da história das investigações do Congresso.

Datatudo 2
O relatório preliminar que deverá ser entregue na quinta-feira apresentará levantamentos estatísticos sobre o cruzamento de mais de 3 milhões de ligações de 530 linhas cujos sigilos foram quebrados pela CPI.

Cabo-de-guerra 1
A cúpula do PP gasta sola de sapato em busca de deputados do partido dispostos a assinar uma ata que tenta atestar veracidade à versão de que o dinheiro sacado do valerioduto foi utilizado para pagar advogados de Ronivon Santiago (AC).

Cabo-de-guerra 2
Enquanto isso e com o mesmo empenho, o grupo oposicionista do PP trabalha para que nenhum deputado do partido aceite assinar a lista.

Água no moinho
Presidentes de três diretórios do PT no interior de Rondônia corroboraram ao Ministério Público as acusações de caixa dois em campanhas eleitorais do partido no Estado, que envolvem a senadora Fátima Cleide.

Visita à Folha
Walter Barelli, deputado federal pelo PSDB de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Cecília Pires, assessora de imprensa.

TIROTEIO

Do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), sobre o fato de Severino Cavalcanti ter mudado de tom e passado a rechaçar a hipótese de se licenciar da presidência da Câmara:
-Acho que ele foi estimulado. Ao governo não interessa apurar se houve corrupção, propina, falta de decoro. Protegendo Severino, Lula vai para a mediocridade mais deslavada.

CONTRAPONTO

Assim é demais

Em uma das primeiras sessões da CPI dos Correios, o deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG) insistia em obter a palavra a cada referência feita ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
-Senhor presidente, pela ordem, senhor presidente!-, ele não parava de gritar ao senador Delcídio Amaral (PT-MS).
O petista procurava atender a todos os pedidos, mas começava a dar sinais de desconforto. Até que Thadeu se superou:
-Não vai ter esse negócio de que não pode quebrar sigilo do Delcídio, de ninguém. Tem que quebrar de quem for suspeito!
Delcídio então deixou de lado sua conhecida paciência:
-Puxa, deixe-me em paz, deputado Geraldo Thadeu, por favor, pelo amor de Deus....
A CPI veio abaixo, e Thadeu se corrigiu rapidamente:
-Desculpe-me. Todo mundo sabe que estou falando de Delúbio, troquei os nomes!


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