São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 2005

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Corregedoria da Câmara endossa cassação de 18

CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A Comissão de Sindicância da Câmara concluiu relatório ontem no qual sugere à Mesa Diretora que encaminhe ao Conselho de Ética representação contra 18 deputados acusados de quebra de decoro parlamentar. Hoje, a Mesa se reúne e, se as palavras do corregedor Ciro Nogueira (PP-PI), se confirmarem, os sete membros deverão acatar o parecer por unanimidade.
No final da tarde de ontem, parlamentares do PT questionaram o relatório do deputado Robson Tuma (PFL-SP), que ouviu 58 pessoas, e disseram que vão recorrer à Mesa para que possam apresentar suas defesas antes que os processos sigam para o Conselho de Ética. Depois que o pedido de cassação é protocolado no Conselho, a renúncia não livra da perda de direitos políticos.
"Vamos argumentar que é necessário ser instaurado um inquérito no qual possamos nos defender", afirmou Paulo Rocha (PT-PA), um dos que podem perder o mandato. Rocha, que afirmou que não pretende renunciar, criticou o relatório de Tuma. "O parecer dele só fez juntar os documentos encaminhados pelas CPIs dos Correios e do Mensalão e não nos ouviu."
O deputado Professor Luizinho (PT-SP) também disse não ter a renúncia em vista, mas afirmou que planeja recorrer à Mesa Diretora para impedir o encaminhamento do processo ao Conselho de Ética. "Protocolei na Corregedoria um recurso para que ele [Ciro Nogueira] olhe com carinho os documentos referentes ao meu caso", disse o petista. "Até o momento não tivemos direito de defesa e eu sou inocente neste processo." Apesar de Tuma opinar favoravelmente pela continuidade do processo de cassação dos 18 parlamentares elencados pelas CPIs dos Correios e do Mensalão, na prática o rito atingirá 17 deputados, uma vez que Carlos Rodrigues (PL-RJ) renunciou ontem. E, dos 18 citados, quatro respondem a processo no Conselho de Ética: José Dirceu (PT-SP), Roberto Jefferson (PTB-RJ), Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG).


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