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Ex-presidente do TJ paulista é citado por Maluf
DA REPORTAGEM LOCAL
O "velhinho de Minas" que
Paulo Maluf cogitou acionar para
tentar ajudá-lo a impedir o depoimento do doleiro Vivaldo Alves, o
Birigüi, é o ex-desembargador José Alberto Weiss de Andrade.
A referência velada a Weiss de
Andrade foi feita por Flávio Maluf
numa conversa telefônica com o
pai, em 21 de junho deste ano, e
gravada pela PF com autorização
judicial. No diálogo, Flávio mostra-se preocupado com um possível depoimento de Birigüi (doleiro dos Maluf no exterior) e fala da
possibilidade de o pai oferecer
"um conforto" ao "velhinho".
"O velhinho que está em Minas
Gerais?", questionou o ex-prefeito. E, diante da afirmativa de Flávio, Maluf disse: "É... o velhinho é
meu amigo, mas não posso ser eu
[a falar com ele], porque meu nome não pode aparecer".
Weiss de Andrade foi presidente do Tribunal de Justiça de São
Paulo de 1994 a 1996. Nascido em
Três Corações (MG), ele fez carreira na magistratura paulista.
Após se aposentar, voltou para
Minas, onde trabalha como advogado. Foi nessa condição que ele
conheceu Birigüi. O doleiro, assustado por ter sido procurado
pela PF, o contratou. Como não
chegaram a um acordo sobre honorários, esse contrato verbal foi
desfeito dez dias depois.
Flávio diz que procurar o "velhinho" pode ser um "troço arriscado" e sugere que uma terceira
pessoa fale com ele. Flávio explica
o que deveria ser dito a Weiss de
Andrade: "Olha, à tarde você vai
ter um reunião importante. Avisa
para o cara não falar nada".
Maluf diz ao filho ter consultado
advogados sobre a possibilidade
de eles procurarem o ex-desembargador, mas foi desaconselhado porque Weiss de Andrade pertence a uma "outra geração".
Birigüi afirmou que Weiss de
Andrade é um homem honesto e
íntegro, e jamais aceitaria o pedido de Maluf para tentar impedir
seu depoimento à PF. O ex-desembargador foi procurado pela
Folha. Uma advogada, que é sócia
dele em São Paulo, disse que repassaria o recado, mas que dificilmente ele retornaria.
(LC)
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