São Paulo, Segunda-feira, 13 de Setembro de 1999
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PAINEL



Segunda época

A cúpula do Incra está na alça de mira de Raul Jungmann (Política Fundiária). Motivo: insuficiência de desempenho.

Herói de ocasião

Os tucanos vibraram com a peitada que Jader (PMDB) deu em ACM por causa da relatoria do PPA. Acham que o paraense expôs mais um ato de coronelismo do baiano, que indicara Eliseu Resende para relator sem consultar ninguém. ACM fez exatamente o que Jader fez.

Só tem esperto

Líder do PSDB na Câmara, Aécio caiu na conversa de Inocêncio. O líder do pefelista havia prometido aos tucanos a indicação do relator do PPA (Plano Plurianual). Na hora final, bancou o nome de ACM: Eliseu Resende, do PFL mineiro.

E vai mais

Outra baixa no PSDB: o vereador paulistano Nelson Proença está indo para o PPS.

Custo-benefício
O Amapá está ameaçado de ficar sem a cota de R$ 1,4 mi do financiamento do Bird aos Estados para compra de carteiras escolares. O programa exige carteiras de ferro. O governador Capiberibe (PSB) diz que a regra desestimula a indústria madeireira local e que perde menos se recusar o dinheiro.

Pequeno detalhe

Quando deputado, Sarney Filho (Meio Ambiente) dizia que a prevenção de incêndios na Amazônia deveria ser "preocupação constante". Até agora, não liberou um centavo para o ProArco, projeto de combate às queimadas naquela região.


Substituição sem marola

No grupo de assessores e ministros do Planalto, circula o seguinte: apesar de fortalecido com a queda de Clóvis Carvalho, Malan sabe que a escolha de Tápias para o Desenvolvimento é sinal de que sua fritura aumentará internamente e já preparou candidato à sucessão. Nome: Fraga (Banco Central). Os dois já teriam um acerto.

Os pré-requisitos

Na visão do grupo palaciano, Malan deseja cumprir as metas com o FMI acertadas para este ano e cair fora bem. Faria o ajuste fiscal e deixaria a Fazenda antes do meio de 2000, com a economia voltando a crescer numa média de 4% ao ano. De quebra, escolheria o sucessor.

Um nome a zelar

""Após cinco anos aguentando pressões, tendo até problema de dinheiro e fazendo o que sinceramente julga correto, ele não vai sair pela porta dos fundos, como o Clóvis Carvalho", afirma quem entende de Malan.

Não é bobo, não

Malan queria um acadêmico no Desenvolvimento para acabar com um foco de contestação -já basta o que tem com os aliados (PSDB e PFL, especialmente). Ao ver que a escolha fora Tápias, que pensa exatamente o contrário do ministro da Fazenda, sentiu que FHC não quis fortalecê-lo ainda mais.

Queimar sem dar a cara

Tápias bombardeará Malan por dentro (daí, cair como uma luva o ""acordo" para que Desenvolvimento e Fazenda evitem divergências públicas). A fritura de bastidor é mais eficiente. O novo ministro contará com a ajuda de Serra, que tenta derrubar Malan desde 1995.

O mote da fritura

FHC, se quer passar à história com algo a mais do que a estabilidade, deve tratar da economia real, na qual o ministro da Fazenda e cia. só tropeçariam.

Passando a bola

O fato de Fraga ter respondido a Mendonção, que fez críticas e propostas alternativas à política econômica, foi visto no Planalto como sinal claro de que o presidente do BC é o escolhido por Malan para sucedê-lo.

Patrimônio a proteger

No Planalto, diz-se que Fraga é a figura do governo que melhor avaliza a política econômica junto ao capital externo. Mas é Malan quem tem cacife no FMI e na burocracia financeira.

TIROTEIO
De José Dirceu, presidente do PT, sobre o PPS de Ciro estar crescendo com a filiação de deputados do PSDB, do PMDB e do PFL, entre outras legendas:
- Isso não é partido político, é uma máquina eleitoral. É uma sigla para agrupar projetos diferentes e até incompatíveis a fim de atender interesses de quem quer disputar eleição. CONTRAPONTO

Doeu no bolso
Um grupo de deputados se reuniu recentemente no gabinete do líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), para discutir o projeto que determina a desincompatibilização dos atuais prefeitos seis meses antes da eleição do ano 2000.
O grupo estava dividido. Uma parte defendia que as regras deviam ser mantidas por uma questão de isonomia, uma vez que o presidente e os governadores concorreram no cargo.
Uma outra parte, que parecia majoritária, defendia o afastamento. Era constituída, principalmente, por adversários dos atuais prefeitos, que temem enfrentar a máquina municipal na eleição.
O grupo a favor do afastamento levava alguma vantagem no debate quando o deputado Olavo Calheiros (AL) pediu a palavra:
- Imagine nossos prefeitos fora do cargo. Nós é que vamos ter de bancar a campanha de cada um deles. São mais de 1.400!
A discussão acabou. O PMDB ficou contra o projeto.


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