São Paulo, Quarta-feira, 13 de Outubro de 1999 |
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PAINEL Vaidade enciclopédica A mais de três anos do fim do mandato, FHC já pensa no julgamento histórico de seu governo. No sítio de Ibiúna (SP), onde descansou no feriado, o assunto foi tema de conversa entre os amigos mais próximos. O tempo tá correndo No início do 1º mandato, FHC adorava se comparar a JK e a Getúlio. Dizia ainda que Geisel, apesar de presidente do regime militar, tinha porte para o posto. Pensava marcar uma era: o presidente que acabou com a inflação e fez as reformas estruturais que tornariam o país competitivo na globalização. O que amigos dizem FHC não completou nenhuma das reformas a que se propôs em 95. Mais: só agora teria acordado para fazer algo, além do fim da inflação, que produza resultado concreto em seus anos de poder. As reformas, mesmo se completadas, surtirão efeito para sucessores. Pessoas próximas acham que ainda dá tempo para uma virada. O que amigos pensam Os mesmos amigos, porém, temem que FHC tenha só o troféu do fim da inflação, mas a um custo altíssimo: ""gerente da crise" e aquele que teve tudo para dar certo e tropeçou no PFL e na própria vaidade (lutar pela reeleição a qualquer preço, ficando mais refém dos aliados). Passou longe A visão mais otimista que FHC teve sobre o seu futuro aconteceu em 95, quando disse: "Governar o Brasil é fácil". A amigos próximos, confidenciou que, ao final de seus dois mandatos, o Brasil poderia sonhar com a entrada no G-7, transformando o grupo dos sete países mais ricos em G-8. Sabia o que dizia Em 95, Sarney disse que FHC estava equivocado ao considerar fácil governar o Brasil. Afirmou ser necessária a "ajuda de Deus" e fez uma previsão: a reforma da Previdência demoraria anos. Detalhe: nesta semana, FHC tentará um acordo com os Estados sobre Previdência. Queimação ou fato? Tucanos espalham que têm uma pesquisa que revela que Malan recebeu novos carimbos: o de antipático e o de que não liga para os pobres. Antes, o titular da Fazenda aparecia como o ministro que melhor falava pelo governo. Aviso: os tucanos são loucos para tirá-lo do posto. Mantendo as aparências Achou-se uma saída para derrubar os pontos polêmicos do relatório de Zulaiê Cobra (PSDB) sobre reforma do Judiciário. Ela firma posição, e os membros da comissão especial da Câmara votam a retirada do que não concordam. A votação deve começar semana que vem. Corpo mole Zulaiê, por exemplo, não se importará quando for incluída no seu relatório a súmula vinculante (grosso modo, ela obriga instâncias inferiores a julgar como o STF). A deputada desprezou a súmula para agradar aos advogados, mas a comissão fará o que deseja o Supremo. Vender facilidades Peemedebistas foram atrás de Itamar para segurá-lo no partido. O PSB fez um convite ao governador mineiro para que ele se filiasse à sigla. O PMDB governista não quer romper com FHC, mas adora Itamar criando dificuldade para o Planalto. Mera coincidência Na última discussão com Ciro, ACM disse que ele deveria explicar como ganhava a vida. Tem gente achando que o pefelista já sabia que o presidenciável do PPS havia omitido receita ao declarar Imposto de Renda. Gelo total O PT está praticamente dando adeus à chance de composição com Erundina (PSB) ainda no primeiro turno da eleição paulistana. Ela prefere conversar com o PPS, com setores do PMDB e até com o PSDB. Guerra paulista Os moderados do PT devem ganhar a presidência da sigla no Estado, em encontro no final de semana em Serra Negra. TIROTEIO De Geraldo Alckmin, vice-governador de São Paulo e virtual candidato a prefeito da capital pelo PSDB em 2000, sobre as razões para a cidade ter uma dívida que passa, no total, dos R$ 15 bilhões: - É o resultado de duas gestões totalmente irresponsáveis, a de Pitta e a de Maluf. CONTRAPONTO Contando (des)vantagem O governador do Mato Grosso
do Sul, Zeca do PT, está tentando diminuir a pesca turística e
esportiva no Pantanal. Há projetos que querem limitar a quantidade de quilos que os turistas
podem levar e até incentivá-los a
só pescar e soltar os peixes. |
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