São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

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SEGUNDO TURNO

Em encontro do partido, Dirceu diz que falta "autoridade moral" ao PSDB para exigir participação de Lula em eventos na TV

PT ironiza interesse de Serra em debates

LILIAN CHRISTOFOLETTI
JOSÉ ALBERTO BOMBIG

DA REPORTAGEM LOCAL
Durante evento de apoio ao presidenciável petista Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, em São Paulo, o presidente do PT, José Dirceu, ironizou o PSDB e disse que é de "morrer de rir" o interesse de José Serra em participar de debates.
"Que autoridade moral o PSDB tem para pedir debates. Eles interditaram o debate no país durante oito anos, criaram o pensamento único, todo mundo era neobobo e atrasado", disse Dirceu. "O presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) não foi a debates."
Para Dirceu, diferentemente de Lula, Serra não tem tantos compromissos para o segundo turno. "Serra não tem governadores para apoiar. Lula tem 14. Serra não tem militância para mobilizar. Lula tem o país inteiro", disse Dirceu. Segundo ele, o petista participará dos debates que considerar convenientes, mas sem a "instrumentalização" dos tucanos.
A declaração de Dirceu foi feita um pouco antes do início do encontro nacional do PT, que reuniu 91 deputados federais, nove senadores, dois governadores e ainda os candidatos que chegaram ao segundo turno, todos eleitos pela legenda.
Eleitos e correligionários de outros partidos também compareceram. Foram ao evento representantes do PC do B, PL, PMN, PCB, PSB, PDT, PTB e PPS. Mas nem todos declararam apoio irrestrito ao presidenciável petista. Alguns aguardam uma sinalização de apoio em seus Estados.
É o caso do governador eleito do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS). "Estou aqui para conversar com o PT. Tenho uma pré-disposição para apoiar Lula, mas isso não está fechado", disse o empresário, que espera ter o apoio do PT em seu Estado.
O governador eleito do Amazonas, Carlos Eduardo Braga, afirmou que já acertou com Lula compromissos para seu Estado.
Enquanto Lula chegou ao evento no Hotel Gran Meliá, às 9h, sem prestar nenhuma declaração, José Dirceu foi o mais falante. Disse estar de "bom humor".
"Esse encontro marca o início de um grande mutirão pelo país. Faremos um corpo-a-corpo pelo país, um movimento popular de casa em casa. Nada está ganho. É como se nós estivéssemos perdendo a eleição, não vamos olhar as pesquisas, porque queremos vencer com segurança."

Ciro Gomes

O presidenciável derrotado Ciro Gomes (PPS) chegou às 11h. Sua participação no evento marcou sua adesão pública a Lula. Ciro gravou com o presidenciável petista cenas que serão utilizadas no horário eleitoral gratuito.
"A mudança que nós pensamos, que imaginamos para o Brasil é diferente daquela que o PT imagina. Mas nós afinamos no sentimento de mudança. Vou pedir aos brasileiros que votarem em mim que, agora, votem no Lula", disse Ciro. Pelo PPS, além de Ciro, estiveram no evento João Herrmann e Mangabeira Unger -este último afirmou ter interesse em conversar com Lula, antes de manifestar apoio.
O cantor Gilberto Gil, membro do PV, também gravou participação no programa de Lula.
Estiveram ainda no evento, que reuniu cerca de 400 pessoas, a deputada Luiza Erundina (PSB), Miro Teixeira (PDT), Saturnino Braga, Valdemar da Costa Neto (PL), Eduardo Braga (PPS), governador eleito do Amazonas.
Do PT, estiveram a prefeita Marta Suplicy, a senadora Heloísa Helena, o senador Aloizio Mercadante, o deputado João Paulo Cunha, a senadora eleita Ana Júlia (PA), Antônio Palocci.


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