São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

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Apoio de ACM é constrangedor, afirma Tarso

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O candidato do PT ao governo gaúcho, Tarso Genro, disse anteontem estar ""constrangido" com os apoios de tradicionais adversários do seu partido ao presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dentre os políticos que lhe causam constrangimento, Tarso citou o senador eleito Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o ex-candidato ao governo paulista Paulo Maluf (PPB).
O petista relativiza o assunto, porém, afirmando que, como são eles quem apóiam, e não recebem o apoio, significa uma mudança de postura deles.
Ao mesmo tempo que se diz constrangido, o ex-prefeito de Porto Alegre diz que há necessidade de um eventual governo petista ter de aceitar apoios de outros partidos que possibilitem a governabilidade. Ele cita como possíveis aliados em um futuro governo Lula setores do PSDB e do PMDB que queiram um projeto alternativo de desenvolvimento econômico.
Também para assegurar a governabilidade, ele defende a renegociação da dívida externa e das dívidas dos Estados com a União. As declarações foram feitas em entrevista para a TV-Com, emissora de TV paga do grupo RBS, que detém a RBS-TV -afiliada da Rede Globo.
Tido como um dos principais teóricos do PT, Tarso tem uma interpretação política para tais apoios: trata-se de uma ""implosão" do sistema de alianças vigente no país, como a do PSDB com o PFL de ACM.
Para que isso ocorresse no plano político, Tarso entende que houve uma contribuição decisiva do modelo econômico adotado e do seu esgotamento. Segundo ele, o modelo quebrou. ""Isso determinou que muitas pessoas abandonassem o navio para procurar novas alianças. Não podemos impedir que as pessoas se movam", disse ele, procurando explicar a adesão de políticos considerados conservadores ao PT.
Tarso classifica a visão econômica do PT como a de um ""capitalismo desenvolvido", mas regulado para reduzir as distâncias sociais. O petista rechaça a idéia de que o partido tenha um programa de governo socialista.


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