São Paulo, quarta-feira, 13 de outubro de 2004

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SÃO PAULO

Mário Dias (PTB) e Noemi Nonato (PSB) participam hoje de ato do PSDB na zona sul

Serra busca apoio de vereadores de partidos que apóiam Marta

CATIA SEABRA
REPORTAGEM LOCAL

Com a perspectiva de poder como arma, o comando da campanha de José Serra (PSDB) à Prefeitura de São Paulo está invadindo o território adversário. Hoje, dois vereadores eleitos por partidos que apóiam a prefeita Marta Suplicy (PT) na Câmara -Mário Dias (PTB) e a cantora gospel Noemi Nonato (PSB)- deverão participar de um ato de adesão à candidatura de Serra, na zona sul.
O PSDB espera que outros dois petebistas declarem apoio a Serra no segundo turno. Sexta-feira, outro evento suprapartidário está programado para a zona leste. Na mira dos tucanos, não só os vereadores eleitos, mas também líderes comunitários. Segundo o presidente regional do PSDB, Edson Aparecido, o partido procurou os 20 candidatos mais votados em cada uma das 1.700 escolas da cidade, estivessem eleitos ou não: "Estamos criando uma enorme rede", declarou o deputado.
Hoje, no Esporte Clube Banespa de Santo Amaro, é esperada a manifestação de Guilherme Brito, suplente do PTB e filho do dono de uma tradicional padaria da região. Organizador do encontro, o vereador Gilberto Natalini (PSDB) calcula a presença de 600 pessoas, entre eles presidentes de clubes de mães e líderes religiosos. "Não será apenas um ato de apoio, mas principalmente de organização de trabalho", diz Natalini, que almoçou com Noemi.
Ainda segundo Natalini, Mário Dias prometeu reunir mais de cem pessoas no ato. Além de uma vereadora do PTB, os tucanos estariam conversando com o reeleito Paulo Frange. Apontado como responsável pela negociação, o coordenador político da campanha de Serra, Aloysio Nunes Ferreira, diz ter jantado com Frange, mas não para discutir apoio.
"Não estamos aliciando ninguém. Mas, à medida em que as pessoas se manifestarem, serão bem-vindas", disse. Os tucanos admitem que as chances de poder representam um atrativo. A investida seria também uma maneira de neutralizar o apoio do ex-prefeito Paulo Maluf a Marta.
Ontem, Serra minimizou o potencial de transferência de Maluf para o PT. Segundo ele, "o eleitor segue suas razões. Eles não vão necessariamente seguir atrás daqueles em quem votaram".
Ao comentar o índice de aprovação do governo Marta, de 48%, Serra afirmou que "o que vale é a variação de intenção de votos. E a intenção de votos dá para nós uma vantagem bastante significativa". Serra disse que não atacará a adversária na campanha.
Ao seu lado no dia de Nossa Senhora de Aparecida, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, acusou o PT de fazer demagogia por atacar sua gestão em ano eleitoral. "Nunca vi ninguém crescer falando mal dos outros. E a quem chuta canela de adversário, o grande juiz, que é o povo, dá cartão amarelo", disse o tucano.

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