CATIA SEABRA
REPORTAGEM LOCAL

José Serra, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, deve receber hoje o apoio oficial do PV, partido do ministro da Cultura, Gilberto Gil, à sua candidatura. O acordo foi fechado ontem entre os deputados tucanos Walter Feldman e Aloysio Nunes Ferreira e os presidentes do PV estadual, Domingos Fernandes, e do municipal, Maria de Lourdes Pinheiro.
O acerto, que inclui a possibilidade de participação num governo Serra, dependerá de uma arremate final às 11h. Ao meio-dia, Serra deverá ir à sede do partido. Na semana passada, José Luiz Penna, candidato do PV a prefeito, admitiu apoiar qualquer um dos candidatos, desde que o partido tivesse participação no governo. Disse que as secretarias de Cultura e Meio Ambiente eram os "objetos de cobiça", mas uma "regional também cairia bem".
Além do PV, dois vereadores eleitos por partidos que apóiam a prefeita Marta Suplicy (PT) na Câmara -Mário Dias (PTB) e Noemi Nonato (PSB)- deverão participar hoje de um ato de apoio a José Serra, na zona sul. O PSDB espera ainda que dois petebistas declarem seu apoio a Serra.
Na mira dos tucanos, também estão líderes comunitários. Segundo o presidente regional do PSDB, Edson Aparecido, o partido procurou os 20 candidatos mais votados em cada uma das 1.700 escolas da cidade: "Estamos criando uma enorme rede".
Hoje, no Esporte Clube Banespa de Santo Amaro, é esperada a manifestação de Guilherme Brito, suplente do PTB e filho do dono de uma tradicional padaria da região. Organizador do encontro, o vereador Gilberto Natalini (PSDB) calcula a presença de 600 pessoas, entre eles presidentes de clubes de mães e líderes religiosos. "Não será apenas um ato de apoio, mas principalmente de organização de trabalho", diz Natalini, que almoçou com Noemi.
Ainda segundo Natalini, Mário Dias prometeu reunir mais de cem pessoas no ato. Além de uma vereadora do PTB, os tucanos estariam conversando com o reeleito Paulo Frange. Apontado como responsável pela negociação, o coordenador político da campanha de Serra, Aloysio Nunes Ferreira, diz ter jantado com Frange, mas não para discutir apoio.
"Não estamos aliciando ninguém. Mas, à medida em que as pessoas se manifestarem, serão bem-vindas", disse. A investida seria também uma maneira de neutralizar o apoio de Paulo Maluf a Marta Suplicy. Ontem, Serra minimizou o potencial de transferência de Maluf para o PT: "O eleitor segue suas razões. Eles não vão necessariamente seguir atrás daqueles em quem votaram".
Sobre o índice de aprovação do governo Marta, de 48%, Serra afirmou que "o que vale é a variação de intenção de votos. E a intenção de votos dá para nós uma vantagem bastante significativa".

Texto Anterior: Em visita à China, Gil elogia gestão de Serra no Ministério da Saúde
Próximo Texto: Panorâmica - Funai: Durante enterro de Apoena, parentes divergem sobre a razão do assassinato do sertanista
Índice