DO ENVIADO ESPECIAL A LISBOA

O PT fez uma viagem tão completa ao centro que Antônio Palocci Filho, o coordenador da equipe de transição, chegou a brincar: "Já estou sendo considerado à direita de Pedro Malan, em matéria econômica".
A frase foi lançada na sexta-feira, durante o jantar que o presidente Fernando Henrique Cardoso ofereceu a Luiz Inácio Lula da Silva e à cúpula do próximo governo.
Brincadeira à parte, o fato é que FHC percebeu em Lula um tom mais "reflexivo", conforme contou a interlocutores durante a sua estada em Lisboa. Na percepção de FHC, Lula teria, finalmente, se dado conta de que de fato ganhou a eleição e terá pela frente uma tarefa imensamente complexa.
No governo FHC, aliás, há reclamações, por enquanto em voz baixa, sobre a demora do novo governo em tomar decisões ou em fazer anúncios que são considerados relevantes pela equipe que está saindo.
Mas o próprio presidente, nem em público nem reservadamente, faz o mais leve reparo a Lula ou aos seus companheiros de partido.
Ao jornal português "Diário de Notícias", ele disse que Lula "tem a consciência da responsabilidade e conhece bem as dificuldades imensas que o Brasil atravessa e que são seculares". (CR)



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