São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 2002

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OUTRO LADO

Partido tentará liberar contas e fazer um acordo

DA REPORTAGEM LOCAL

Delúbio Soares, tesoureiro da campanha presidencial de Lula, diz que o PT entrará com mandado de segurança para tentar obter o desbloqueio das contas bancárias e viabilizar a prestação de contas da campanha na Justiça Eleitoral.
"Precisamos fazer um acordo [com Soldano] para resolver isso, mas não temos condições de pagar tudo", diz.
"Conseguimos negociar com outros credores da editora. É preciso que Soldano concorde com um acordo razoável", diz.
Na época da ação, Soares era tesoureiro da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Ele diz que a atual direção do partido era minoritária na editora. "Vamos tentar uma campanha junto às bases, para ajudar a resolver essa pendência", diz.
O advogado Carlos Alberto Monteiro da Fonseca, que representa a Editora Brasil Agora Ltda. e o sócio José Américo Dias, considera "estranha" a penhora. "Essa penhora não poderia ter ocorrido. Não houve citação do PT", diz.
Fonseca não acompanhou o caso desde o início. "O processo correu à revelia", diz.
João Machado Borges Neto diz que a Editora Brasil Agora foi constituída por iniciativa do PT. "Pelas informações que recebi, ele [Soldano] reivindicou coisas absurdas", diz.
Ele confirma que Soldano era militante e foi funcionário de confiança do PT, na época.
Borges Neto diz que já havia deixado a editora quando Soldano moveu a ação. Ele entende que o ex-gerente ganhou a causa não porque seu direito fosse líquido e certo, mas porque o advogado constituído não acompanhou o processo.
O secretário municipal de Governo de São Paulo, Rui Falcão, diz que a titularidade da empresa, que formalmente estava no nome de Lula, era uma prerrogativa do presidente do partido. Em 94, foi passada para o seu nome ao assumir a presidência do PT.
Falcão diz que o PT fechou a editora, mas a empresa continuou em seu nome e de outros sócios. Alega que várias vezes pediu à direção do partido para que seu nome fosse retirado.
José Américo Dias não quis se manifestar. (FV)



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