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OUTRO LADO
Desembargador diz que virou um "bode expiatório"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O desembargador federal
Eustáquio da Silveira recebeu com "surpresa" a aposentadoria compulsória determinada ontem por 18 de
seus colegas de tribunal. Disse que vai recorrer da decisão e que se considera "um
bode expiatório", devido às
recentes suspeitas, investigadas pela PF, de que juízes estavam vendendo sentenças.
"A minha impressão é que
isso pesou. A história nos
ensina que nessas situações
há sempre necessidade de alguém como bode expiatório.
Portanto eu me considero,
eu e minha mulher [a juíza
Vera Carla Silveira, também
punida ontem], realmente
como bodes expiatórios."
Segundo Eustáquio da Silveira, os membros da corte
que o puniram levaram em
conta "a situação que infelizmente o Judiciário está passando neste momento". Como exemplo, citou a Operação Anaconda, da PF.
Segundo o desembargador, a Receita Federal teria
atestado três vezes que seu
patrimônio era compatível
com a renda. "Pretendo desfazer essa decisão do tribunal, que considero injusta."
Segundo Eustáquio da Silveira, os 18 desembargadores receberam cópias das declarações de Imposto de
Renda e uma justificativa de
todos os depósitos bancários
de valor maior que R$ 500
nas contas bancárias dos
dois nos últimos três anos.
Disse que, de 2001 a 2002,
ele teria conversado só uma
vez com o ex-deputado federal Pinheiro Landim, que renunciou neste ano, sobre a
criação de 183 varas federais,
cujo projeto era analisado
pela comissão de Landim.
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