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São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

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OUTRO LADO

Desembargador diz que virou um "bode expiatório"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O desembargador federal Eustáquio da Silveira recebeu com "surpresa" a aposentadoria compulsória determinada ontem por 18 de seus colegas de tribunal. Disse que vai recorrer da decisão e que se considera "um bode expiatório", devido às recentes suspeitas, investigadas pela PF, de que juízes estavam vendendo sentenças.
"A minha impressão é que isso pesou. A história nos ensina que nessas situações há sempre necessidade de alguém como bode expiatório. Portanto eu me considero, eu e minha mulher [a juíza Vera Carla Silveira, também punida ontem], realmente como bodes expiatórios."
Segundo Eustáquio da Silveira, os membros da corte que o puniram levaram em conta "a situação que infelizmente o Judiciário está passando neste momento". Como exemplo, citou a Operação Anaconda, da PF.
Segundo o desembargador, a Receita Federal teria atestado três vezes que seu patrimônio era compatível com a renda. "Pretendo desfazer essa decisão do tribunal, que considero injusta."
Segundo Eustáquio da Silveira, os 18 desembargadores receberam cópias das declarações de Imposto de Renda e uma justificativa de todos os depósitos bancários de valor maior que R$ 500 nas contas bancárias dos dois nos últimos três anos.
Disse que, de 2001 a 2002, ele teria conversado só uma vez com o ex-deputado federal Pinheiro Landim, que renunciou neste ano, sobre a criação de 183 varas federais, cujo projeto era analisado pela comissão de Landim.


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