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Investigadas são
exoneradas de
fundação do Rio
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Investigadas em dois inquéritos do Ministério Público Estadual, que apuram a existência de rede de vendas de licenças ambientais, a vice-presidente da Feema (Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente), Tania Maria Parucker, e a coordenadora das
Agências Regionais da Diretoria de Controle Ambiental,
Glória Maria Alvares Nery, foram exoneradas ontem pela
governadora Rosinha Matheus
(PMDB). Relacionada no mesmo caso, a presidente do órgão,
Elizabeth Lima, fica no cargo.
As três são citadas em conversas gravadas com autorização judicial pela Polícia Federal. Numa delas, Tania conversa sobre um "perfume" com
Sandro Almeida Domingues,
preso pela PF, suspeito de adulterar combustíveis.
Nas gravações, Domingues se
apresenta como funcionário da
Feema para negociar licenças
ambientais irregulares com
empresas. Chega a falar com a
presidente da fundação, segundo transcrição da PF, identificando-se como funcionário
que estaria resolvendo "um
problema" para postos na Baixada Fluminense.
A Feema divulgou nota negando que Sandro tenha envolvimento com o órgão e dizendo
que afastou os dois funcionários de carreira envolvidos no
caso. O governo do Estado não
esclareceu, porém, por que a
presidente foi mantida.
Embora a PF realizasse escutas desde outubro de 2003, a
cúpula da Feema passou a ser
citada só a partir de junho deste
ano -mês em que Elizabeth
Lima assumiu sua presidência.
Nas gravações, pessoas que se
identificam como funcionários
do órgão tentam extorquir dinheiro de empresas em troca
das licenças. A tabela ia de R$
2.000 a R$ 40 mil, caso o "negócio" fosse fechado com a presidência da fundação, segundo
os supostos funcionários.
Com base nas gravações, a PF
prendeu 45 suspeitos de adulterar combustíveis -além de
Domingues, dois funcionários
da Feema, Thelio Costa Lima e
Joseléa Borges, e Renan de Macedo Leite, assessor do deputado estadual Domingos Brazão
(PMDB).
A prisão de funcionários da
fundação chamou a atenção do
Ministério Público Estadual,
que investiga a existência de
outro esquema, para liberação
de licenças ambientais.
A presença de um assessor
parlamentar entre os presos levou a deputada estadual Cidinha Campos a montar um relatório com denúncias contra
Domingos Brazão, que, após
contratar Renan, em julho,
comprou três postos de gasolina em dois meses.
"É muita coincidência", diz a
deputada, que recolhe outras
denúncias de supostas irregularidades do colega e espera
concluir relatório até quarta. O
documento será enviado à Corregedoria da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro para
abertura de um processo que
poderá resultar até na cassação
de Brazão. Antes ele deve passar pela Mesa diretora da Casa.
Brazão não foi localizado pela
Folha ontem para responder à
acusação.
(JOÃO PEQUENO)
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