São Paulo, domingo, 13 de novembro de 2005

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Ex-diretor não decidia sozinho, afirma advogado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo aposentado do BB e fora da instituição desde julho deste ano, o ex-diretor de marketing Henrique Pizzolato é um "fantasma" que ainda preocupa muita gente do banco. Segundo a Folha apurou, muitos funcionários, atualmente, se sentem constrangidos pelo simples fato de terem trabalhado com ele. Alguns lamentam terem concordado com propostas do diretor que, hoje, estão sob suspeita.
A compra dos ingressos para o show da dupla sertaneja, por exemplo, foi aprovada pelo Comitê de Marketing do BB que conta com pelo menos seis gerentes-executivos. A mudança para desburocratizar a liberação de recursos para a DNA, agência do empresário Marcos Valério, e que, segundo suspeita da CPI dos Correios, teria permitido uma transferência de recursos para o PT, foi proposta por Pizzolato, mas assinada em conjunto com o diretor de varejo da época, Fernando Barbosa de Oliveira.
A defesa de Pizzolato vem se baseando justamente nisso para justificar que ele fez tudo dentro das regras. A Folha apurou que essa argumentação tem sido ressaltada em constantes "recados" que Pizzolato estaria mandando indiretamente a funcionários do BB como forma de intimidá-los.
O advogado do ex-diretor do BB, Mário de Oliveira Filho, disse que não tem "cabimento" a informação de que Pizzolato esteja intimidando quem quer que seja. "Isso é uma besteira. A única pessoa com quem ele tem contato sou eu", declarou.
Segundo ele, Pizzolato nunca foi informado sobre nenhuma auditoria que tenha "apontado falcatrua ou irregularidade" na sua gestão. Disse ainda que Pizzolato nunca concordou com a liberação antecipada de recursos para agências, que ele foi o responsável pela mudança no procedimento e que todas as ações na diretoria foram aprovadas por um comitê composto por vários funcionários.
Segundo Oliveira Filho, Pizzolato já recebia a definição das campanhas e destinação dos recursos da diretoria de varejo.


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