DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Substituído na última hora para evitar um voto contra a CPMF na CCJ, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse que a líder Ideli Salvatti (PT-SC) agiu de forma "truculenta" e que manterá sua posição no plenário: "Se já tinha razão para votar contra, agora tenho motivos políticos também". (SN)  

FOLHA - O sr. ficou surpreso com sua substituição na CCJ?
MOZARILDO CAVALCANTI - Já tinha sido avisado por meios transversais. Acho que é regimental, mas a forma como ocorreu foi deselegante, truculenta.

FOLHA - O sr. foi chamado pelo governo para conversar?
MOZARILDO - Eu deveria ter sido chamado pelo governo para conversar com antecedência, mas não fui. Se tivesse sido chamado, faria parte do jogo. Foi dessa forma deselegante.

FOLHA - Vai manter sua posição de votar contra a CPMF quando chegar ao plenário?
MOZARILDO - Com certeza absoluta. Não mudo a decisão, isso não discuto mais. Se já tinha razão para votar contra a CPMF, agora tenho motivos políticos também.

FOLHA - Teme sofrer outras retaliações do governo?
MOZARILDO - Não tenho o que temer, o governo não tem como me retaliar porque não tenho cargos em nenhum escalão, não tenho privilégios na liberação de emendas nem de verbas. Vou temer o quê?

FOLHA - Pretende conversar com o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR)?
MOZARILDO - Com o líder do governo eu não falo. Tenho certeza de que ele é um corrupto. Isso não tem nada a ver com CPMF, somos adversários regionais.


Texto Anterior: Governo monta "operação de guerra" para votar CPMF
Próximo Texto: Relatora pede fim da CPMF e lista opções
Índice