|
Próximo Texto | Índice
Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Engatilhado
A Mesa da Câmara está pronta para bancar a equiparação do salário dos deputados ao dos ministros do
STF, um reajuste de 90,7%. Candidato à reeleição, o
presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), já disse
aos colegas que não vai torpedear o aumento para R$
24.500, desde que o custo anual de R$ 90 milhões seja
cortado de outras fontes. "Vamos sofrer desgaste, como sempre, mas será a última vez. No futuro, todo o
ônus sobre salários ficará com o Supremo", diz um
parlamentar envolvido na negociação.
Os deputados, agora, querem bater o martelo com o
Senado. Eles ainda têm na memória o recuo de Renan
Calheiros (PMDB-AL), que há dois anos deixou Severino Cavalcanti (PP-PE) falando sozinho.
Ponto cego. O Orçamento
deste ano teve reduzida em
R$ 40 milhões a verba para o
programa do Ministério da
Defesa intitulado "Segurança
e Controle de Vôo no Espaço
Aéreo Brasileiro".
Aperta aí. Artistas e atletas, que já ameaçam até tirar a
roupa na acirrada disputa por
incentivos, não perdem por
esperar. Projeto de lei aprovado na Comissão de Finanças e
Tributação da Câmara inclui
também ONGs de preservação do meio ambiente na boca
rica da renúncia fiscal.
Sangue frio. Quem conhece bem Rossano Maranhão
acha que ele optou por "sair
na alta" da presidência do BB.
Entregou o banco com o melhor resultado em Bolsa entre
as estatais neste ano, não se
arriscando a responder por
desempenho menos vistoso
caso o rumo da economia mude no segundo mandato.
Prioridade. Lima Neto, o
interino que deverá ser confirmado no lugar de Maranhão, não era o nome dos sonhos de Guido Mantega para
o BB. O ministro da Fazenda,
porém, resolveu abraçar a opção em vez de batalhar por outra. Concluiu que já terá trabalho suficiente para permanecer em sua própria cadeira.
Sacolinha. Geraldo Alckmin passou uma hora reunido
ontem à tarde com o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, no gabinete do senador.
Pediu solução para o rombo
de cerca de R$ 20 milhões em
suas contas de campanha.
Me dê motivo. Ao declarar, no programa "Roda Viva",
que poderá vir a apoiar Ciro
Gomes (PSB) em 2010, Tasso
reavivou movimento para tirá-lo da presidência do PSDB.
"Ele colocou a corda no próprio pescoço", diz um integrante da cúpula tucana.
Carimbo. O ministro Tarso
Genro orientou mais de um
petista a desembarcar da candidatura de Arlindo Chinaglia
à presidência da Câmara sob o
argumento de que ela seria
patrocinada por José Dirceu.
Pensão. Está sendo esvaziado o apartamento funcional
de José Janene, que não se
reelegeu. O imóvel ganhou
notoriedade no escândalo do
mensalão como uma espécie
de central distribuidora de recursos para a bancada do PP.
Boy. Primeiro mensaleiro a
renunciar, em 2005, Valdemar Costa Neto (PR-SP) circulava ontem pela Câmara de
calça jeans e camisa de manga
curta. Reeleito, ele voltará à
Casa em fevereiro.
Torneira fechada. O relatório final de Amir Lando
(PMDB-RO) na CPI dos Sanguessugas pedirá o fim dos repasses diretos do governo a
ONGs. O texto do senador sobre o tema, com 280 páginas,
abrirá exceção a entidades
que mantenham "contratos
permanentes" e de longa data.
Giratória. Serys Slhessarenko (MT) recebeu convite
do PMDB para mudar de partido. A correligionários, a senadora diz já estar com "um
pé fora do PT". Não gostou da
atitude de colegas de sigla, Lula incluído, durante o processo em que acabou absolvida
da acusação de integrar a máfia dos sanguessugas.
Tiroteio
"Lula está equivocado. Quem muda de
orientação política com a idade é que sofre de
um problema: o da acomodação".
Do senador CRISTOVAM BUARQUE (PDT-DF) sobre declaração do presidente da República segundo a qual pessoas de idade avançada que
continuam de esquerda "têm problemas".
Contraponto
Prazo de validade
Em recente reunião do conselho político do PMDB, governistas antigos e recém-convertidos comemoravam o
tão esperado entendimento do partido em torno do apoio
ao Planalto. Um das poucas vozes dissonantes foi a do senador eleito Jarbas Vasconcelos.
-Essa unidade pró-Lula não vai durar seis meses-, vaticinou o ex-governador de Pernambuco.
Em seguida, os jornalistas abordaram o neolulista Geddel Vieira para ouvi-lo sobre a declaração de Jarbas. Conhecido pela ironia, o deputado baiano abriu um largo
sorriso ao saber da previsão do colega:
-Seis meses? Tudo isso? Vocês estão loucos?
Próximo Texto: Ministros do TSE rejeitam contas do comitê de Lula Índice
|