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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Fogo no circo
Pisando em ovos em conseqüência de sua tripla
condição -senador, presidente do partido e aliado de
José Serra-, Sérgio Guerra (PE) telefonou ontem para Fernando Henrique Cardoso, em meio à briga de
foice no PSDB, para pedir ajuda no esforço de acalmar
Arthur Virgílio (AM), que batia o pé contra qualquer
desfecho que não deixar o governo Lula sem o dinheiro da CPMF. FHC ligou de volta mais tarde para dizer
que tentou -não se sabe exatamente como, dado que
foi ele o maior incentivador da escalada beligerante
do líder da bancada-, mas não conseguiu.
"O Fernando Henrique vai conseguir transformar
os tucanos em "demos" do B", brinca um petista.
Suicida. Depois de assistir à
cobertura do "Jornal Nacional", na qual os dois presidenciáveis tucanos defenderam a
CPMF, enquanto o líder no
Senado dizia que quem manda na bancada é ele, um observador comentou: "O Arthur
Virgílio virou uma espécie de
Jim Jones do PSDB".
Túnel do tempo. "O
atraso na aprovação da proposta de emenda constitucional que prorroga a CPMF abre
um buraco inaceitável nas
contas públicas." De Virgílio,
então deputado e líder do governo FHC no Congresso, em
artigo publicado na Folha no
dia 20 de abril de 2002.
Cereja. Como agrado de última hora a senadores do PR
que ameaçavam votar contra
o imposto do cheque, o governo nomeou Mauro Barbosa,
apadrinhado do partido, para
a diretoria aquaviária do Ministério dos Transportes. O
petista Paulo Tarso Carneiro
teve de ceder o lugar.
Ficha. Ex-diretor do Dnit,
Barbosa foi acusado por um
lobista, na Operação Navalha,
de participar de reunião em
que foi fraudada a licitação de
estrada federal no Piauí.
Filho da terra. Uma caravana de prefeitos e vereadores
potiguares viajou a Brasília
para a posse de Garibaldi Alves na presidência do Senado.
O PMDB prepara recepção de
herói ao senador amanhã no
aeroporto de Natal.
Pechincha. Fernando Freire (PP), cuja campanha ao governo do Rio Grande do Norte
é investigada por suspeita de
caixa 2, declarou ter arrecadado modestos R$ 181 mil na
eleição de 2002, valor incompatível até mesmo com uma
campanha para deputado.
Concorrendo ao Senado, o
aliado Garibaldi declarou receita cinco vezes maior.
Trunfo 1. Laudo do Ministério Público aponta ausência
de provas de que os túneis das
avenidas Rebouças e Cidade
Jardim, feitos na gestão Marta Suplicy em SP, tenham sido
superfaturados. O documento
diz ainda que não houve custo
adicional por causa da aceleração das obras -a ex-prefeita correu para entregá-las antes da disputa de 2004.
Trunfo 2. O grupo de Marta está reunindo denúncias
feitas por oponentes na campanha anterior para apresentar o resultado das apurações
caso a ex-prefeita decida buscar novo mandato na cidade.
Petistas já têm no escaninho
estudo encomendado pela
gestão Serra/Kassab que
aponta legalidade nos contratos do lixo de sua gestão.
Freezer. O sonolento debate
entre Ricardo Berzoini e Jilmar Tatto foi uma vitória do
atual presidente do PT, que
tem feito de tudo para baixar
ao máximo a temperatura da
sucessão no comando do partido. Tatto, que se desdobra
para virar o jogo, tentou até o
último instante acordo para
transmitir o encontro por internet, mas não teve sucesso.
Baixa. Durval Angelo, candidato à presidência do PT de
Minas, desistiu do segundo
turno contra Reginaldo Lopes, que por pouco não levou
na primeira etapa da disputa.
Angelo é do grupo que apóia
Tatto ao comando nacional.
Tiroteio
"O Aécio e o Serra foram negligentes no trato
com a bancada do PSDB. Se agora estão se
sentindo derrotados, o problema é deles."
Do senador tucano PAPALÉO PAES (AP) sobre a decisão de
seus colegas, contrária ao desejo dos dois presidenciáveis
do partido, de votar contra a prorrogação da CPMF.
Contraponto
Segunda chance
Em campanha para virar ministro de Minas e Energia,
o senador Edison Lobão (PMDB-MA) participou de uma
sessão em homenagem a São Luís, capital maranhense.
Em seu discurso, ele disse que o Estado, hoje um dos mais
pobres do país, tem um passado glorioso:
-No tempo do Brasil colônia, o Maranhão chegou a emprestar dinheiro a São Paulo. E o pior é que São Paulo
nunca nos pagou-, protestou o parlamentar.
Em seguida, aproveitou para faturar, de olho em 2010:
-Eu mesmo, quando era governador, tentei cobrar e
não consegui. Quem sabe um dia, se eu voltar ao cargo...
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