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Proposta do Planalto chegou tarde, diz presidente do PSDB
Oposição "apostou no quanto pior melhor" e terá de se explicar, diz Tião Viana
Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) afirma que governo perdeu votação pelos erros cometidos e sobretudo "pela soberba do presidente"
Lula Marques/Folha Imagem
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O senador Pedro Simon (PMDB) pede, sem sucesso, o adiamento da votação da votação da CPMF
ADRIANO CEOLIN
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A derrota do governo na votação da CPMF provocou troca
de acusações entre o governo e
a oposição. A base aliada ao Palácio do Planalto disse que a
discussão foi politizada para
prejudicar o governo Lula, enquanto que a oposição responsabilizou o próprio governo pela derrubada da emenda ao demorar para negociar. Foi a
maior derrota do governo neste
segundo mandato.
"O governo perdeu porque
não tem maioria, foi equivocado em todo esse processo e cometeu muitos erros", avaliou o
presidente do PSDB, senador
Sérgio Guerra (PE). "Por que
não falaram conosco há dois
meses, há quinze dias?", emendou.
Vice-presidente do Senado, o
senador Tião Viana (PT-AC),
que é médico, disse que a oposição "apostou no quanto pior
melhor" e terá que responder à
sociedade a falta de recursos
para a saúde pública. "A CPMF
era vital para financiar a saúde.
O governo não será capaz de
criar novas fontes para financiar o setor", lamentou.
Para o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), o governo perdeu a votação "pelos erros cometidos" durante as negociações, sobretudo "pela soberba do presidente Lula", que
"ora agiu como pacificador, ora
com agressões, como quando
acusou a oposição de ser sonegadora por defender o fim do
imposto do cheque".
"Essa negociação poderia ter
sido feita na Câmara, mas o governo tinha maioria dos votos
lá e não se importou em discutir o assunto", criticou o senador pernambucano.
Ajuste
O senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse que o governo agora terá que ajustar seu
orçamento, cortando despesas,
e encontrar medidas para aumentar receita como forma de
evitar prejuízos a programas
sociais. "O governo terá que tocar a vida para a frente para que
a decisão de hoje não engesse
os programas sociais", disse. "A
oposição terá que explicar porque tirou dinheiro da saúde."
Para o senador Raimundo
Colombo (DEM-SC), a derrota
imposta ao governo mostrou o
valor da fidelidade partidária. O
DEM ameaçou expulsar do
partido quem votasse a favor da
emenda. "A grande verdade é
que o governo achou que iria levar goela abaixo. Do nosso lado
funcionou a fidelidade partidária. O governo diz que estão retirando R$ 40 bilhões. Esse dinheiro está nas melhores mãos,
nas mãos do cidadão comum",
disse.
Cristovam
Ex-filiado ao PT e ex-ministro da Educação de Lula, o senador Cristovam Buarque
(PDT-DF) defendeu o voto favorável à prorrogação da
CPMF, mas não deixou de ironizar o presidente Lula.
"Eu não sou uma metamorfose ambulante. Defendi a
CPMF quando ela foi criado.
Eu não mudei de lado", disse,
referindo-se a comentário de
Lula na semana passada. "Foi
um duro golpe nas contas públicas", lamentou o senador
Jefferson Péres (PDT-AM).
O líder do PR, João Ribeiro
(TO), que não conseguiu alterar os votos contrários de César
Borges (BA) e Expedito Júnior
(RO), disse que o resultado não
significa o fim do governo.
"Eu sei que o governo não
termina e nem o nosso relacionamento, mas lamento o resultado", disse Ribeiro.
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