São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2001

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PAINEL


Jogo de exclusão
Por trás da queda-de-braço pelas Mesas do Senado e da Câmara, PMDB e PFL disputam a condição de parceiro preferencial na chapa do Planalto para 2002. Para FHC, os primeiros seriam mais perigosos "soltos" (poderiam correr para Ciro Gomes) que os pefelistas, que têm vocação natural governista.

Teoria da dependência
Na avaliação de assessores diretos de FHC, as relações do presidente com os aliados voltam à rotina em meados de fevereiro, após as eleições para as Mesas do Congresso. Motivo: PFL e PMDB ainda não teriam acumulado recursos próprios para vôo solo ao Planalto em 2002.

Salto alto
De um ministro próximo a FHC, explicando por que duvida que algum aliado rompa com o Planalto após as eleições no Congresso: "O presidente saiu do vermelho, não é mais o mesmo de um ano atrás".

Afagos no ninho
Tasso Jereissati engajou os tucanos cearenses na candidatura de Aécio Neves à Câmara. Para mostrar que é homem de partido, embora esteja aliado a ACM e tenha restrições ao acordo do PSDB com o PMDB. E não ser acusado depois por um eventual fracasso do tucano mineiro.

Noites cariocas
Programa do peemedebista Jader Barbalho, que vive às turras com ACM (PFL-BA), no final de semana no Rio de Janeiro: assistir à peça "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?"

A Petrobrax é nossa
Rodolpho Tourinho (Minas e Energia) tem dito que esteve na Bolívia três vezes para entender o sentimento antibrasileiro no país. Acredita que há estímulos de concorrentes multinacionais da Petrobras. Reichstul e o projeto Petrobrax agradecem.

Carona amiga
O DNER vai despejar o líder dos caminhoneiros Nélio Botêlho de uma área 160 mil metros quadrados no Rio de Janeiro, arrendada irregularmente em 1990, segundo o órgão.

Condomínio da esperteza
No terreno, funcionam a União Brasil Caminhoneiro e a sede da empresa de Nélio Botêlho, que está devendo cerca de R$ 700 mil pelo aluguel da área.


Vamos sair da crise
Um amigo provocou FHC dizendo que ele iria fazer o que mais gosta, viajar e dar a volta ao mundo na visita à Ásia, que terá escala no Canadá, na ida, e na África do Sul, na volta. Resposta do presidente: "Pena que o mundo seja tão pequeno e em dez dias eu já estarei de volta".
O que é isso, companheiro?
O clima no PT do Rio Grande do Sul não é dos melhores. Quinta-feira passada, o prefeito Tarso Genro (Porto Alegre) reuniu-se com o vice-governador Miguel Rosseto para aparar as arestas. Na próxima semana, a cúpula petista gaúcha vai se reunir com Lula em São Paulo.
Trilha aberta
Três deputados estaduais do PDT paulista devem seguir o mesmo caminho do governador Anthony Garotinho. Estão se filiando ao PSB de Miguel Arraes, após romperem com a cúpula do partido de Brizola em SP.
Só faltam os votos
Mote de Jaime Lerner (PR) para tentar fazer pegar sua candidatura presidencial pelo PFL: "Ajuste social". É o contraponto do governador paranaense ao "ajuste fiscal" tucano.
Tudo pelo social
Nos 20 capítulos finais da novela "Laços de Família", da TV Globo, alguns personagens se engajarão como voluntários em programas contra a exclusão social. É uma contribuição para o Ano Internacional do Voluntariado, criado pela ONU. TIROTEIO
Do deputado Delfim Netto (PPB), sobre Henri Reichstul dizer que a Petrobras é uma empresa "moreninha", ao defender a mudança do seu nome, no exterior, para Petrobrax:
- O novo argumento é ainda mais infantil. E racista. Sugere que "moreninha" não se exporta. É uma pena. FHC tem tanto orgulho de ter um pé na cozinha. Quem sabe, se mudar de nome, ele também passe a ser um produto de exportação.

CONTRAPONTO


Paradoxo existencial



Sexta-feira passada, o deputado Michel Temer (PMDB-SP) saiu com um grupo de amigos para jantar. Um deles disse a Michel que estava chegando a hora de ele esvaziar a caneta.
Referia-se ao fim do segundo mandato do deputado como presidente da Câmara, que acaba em fevereiro próximo.
Michel passou a filosofar sobre a natureza fugaz do poder. Contou que, quando era secretário da Segurança Pública de SP, na gestão Montoro, recebia pedidos e tapinhas nas costas de todos os lados. Era o tal.
Dias após deixar a secretaria, o hoje deputado foi até uma padaria perto de sua casa, caminhando, para tomar um cafezinho. O dono da padaria o olhava com um ar desconfiado. Depois de alguma hesitação, perguntou:
- O senhor não era o doutor Michel Temer?
Resposta de Michel:
- É. Eu era!


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