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GOVERNO
Empresa propôs rescindir acordo de R$ 3,3 mi para transportar FHC
Planalto recusa pedido da
TAM para romper contrato
SANDRA BRASIL
DA REPORTAGEM LOCAL
A TAM tentou desistir do contrato de R$ 3,3 milhões para
transportar o presidente Fernando Henrique Cardoso nas viagens
internacionais.
A Presidência da República não
aceitou o pedido da companhia
de "rescindir amigavelmente" o
contrato de um ano, que só termina em 24 de maio.
O contrato foi assinado em 25
de maio de 2000. Menos de quatro
meses depois, em 4 de setembro, a
TAM propôs oficialmente à Presidência o cancelamento do acordo. Em carta assinada pelo diretor
Comercial Internacional e de Relações Internacionais da TAM,
Rubel Thomas, a companhia alegou "dificuldades em disponibilizar aeronaves de sua frota para o
atendimento do contrato", segundo a assessoria do Planalto.
Na carta, Thomas disse que aumentou a demanda pelos vôos da
TAM para Europa (Paris) e Estados Unidos (Miami). Pelo contrato, a Presidência só precisa informar o roteiro das viagens externas
de longa duração do presidente
dez dias antes.
Para colocar à disposição de
FHC um dos cinco aviões Airbus-330/200 da companhia, a TAM
afirmou que era obrigada a transferir para outras empresas os seus
passageiros.
A resposta do Planalto foi curta
e seca. No dia 15 de setembro, o
secretário de Administração da
Presidência, Ari Matos Cardoso,
negou o pedido de rescisão do
contrato feito pela TAM. Na carta-resposta, Cardoso disse que a
proposta de rescisão amigável
não pode ser aceita "por absoluta
falta de amparo legal" e porque
não havia interesse da Presidência
em cancelar o contrato.
Segundo a assessoria do Planalto, a Presidência recomendou à
TAM "o fiel cumprimento do
contrato".
Se a TAM tivesse levado adiante
a idéia de cancelar o contrato de
prestação de serviços à Presidência, teria que entrar com um processo de denúncia e pagar uma
multa de R$ 660 mil. O contrato
prevê multa de 20% em caso de
desistência da empresa aérea.
A Presidência informa que já estuda uma nova licitação para contratação de companhia aérea a
partir de 25 de maio. A modalidade dessa licitação deverá ser "tomada de preço". Na vigência desse contrato, a TAM já fez quatro
viagens internacionais com FHC
- duas para a Alemanha, para
Moçambique e para o México.
A contratação de empresa aérea
privada foi a saída encontrada pelo governo, no início do ano passado, para evitar que o presidente
viajasse no antigo Boeing-707 da
Força Aérea Brasileira (FAB) -o
"Sucatão", que era utilizado para
as viagens de longa duração. A aeronave foi "aposentada" no final
de 1999, aos 42 anos de idade,
após um avião semelhante da
FAB ter tido pane no ar quando
levava o vice-presidente Marco
Maciel para a China.
O velho "Sucatão" vai ser novamente usado por FHC em parte
da viagem à Ásia que começa
amanhã. É que o Airbus-330/200
da TAM, que servirá ao presidente e sua comitiva de 120 pessoas
(inclusive 30 jornalistas) durante
a maior parte dos seus dez dias de
viagem, não pode descer no aeroporto de Dili, no Timor Leste, por
ser grande demais para a pista local.
O "Sucatão" só vai ser usado por
FHC de Bali, na Indonésia, no dia
22, para Dili. No mesmo dia, a aeronave da FAB levará o presidente
para Jacarta, na Indonésia, onde o
avião da TAM estará aguardando
para transportar a comitiva oficial
de volta ao Brasil.
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