São Paulo, terça-feira, 14 de janeiro de 2003

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PAINEL

Guarda-chuva
O PT lançou operação de defesa de Anderson Adauto (Transportes), suspeito de ter participado de desvios de recursos em Iturama (MG). Dirigentes petistas sairão em sua defesa, pois consideram que a queda de um ministro agora desestabilizaria o início do governo Lula.

Defesa requentada
José Dirceu (Casa Civil) tomou a frente da defesa de Anderson Adauto (Transportes). "Ao que eu saiba, é tudo requentado", diz o ministro petista.

Desconhecido ilustre
Em Brasília, Gilberto Gil adotou gravata e um novo nome "artístico". Textos distribuídos à imprensa pela assessoria de comunicação da Cultura referem-se ao compositor como "ministro Gilberto Gil Moreira".

Médico especialista
Antonio Palocci Filho (Fazenda) cometeu uma gafe econômica em sua entrevista de ontem. Disse que a alta do dólar do ano passado gerou um "choque de demanda". O termo econômico correto é "choque de custos".

Termo de composição
A bancada do PPB na Câmara deverá anunciar hoje sua adesão à base de apoio ao governo Lula e à candidatura de João Paulo. Como compensação, poderá manter cargos de segundo e terceiro escalões de que já dispunha na administração FHC.

Neocompanheiros
As negociações entre o PPB e o governo foram feitas por José Dirceu (Casa Civil) e pelos deputados Pedro Henry (MT), Severino Cavalcanti (PE) e José Janene (PR), que deverá ser o novo líder da bancada na Câmara.

Cadeiras à disposição
O PT deverá abrir mão de dois cargos a que teria direito na Mesa Diretora da Câmara. É uma forma de compor com aliados e facilitar ainda mais a eleição do deputado João Paulo (PT-SP) para a presidência da Casa.

Lei da física
A atuação de Marco Aurélio Garcia na área internacional tem desagradado a setores do Itamaraty. Diplomatas reclamam que o assessor especial de Lula estaria exercendo funções exclusivas do órgão. Garcia já esteve, a mando do presidente petista, na Venezuela e em Cuba.

De pijama
O novo diretor de Polícia Judiciária, segundo mais importante cargo na Polícia Federal, deverá ser o delegado João Abraços, que está aposentado. Trabalhou com o diretor-geral, Paulo Lacerda, no inquérito PC-Collor.

A conferir
Renan Calheiros diz que não desistirá de sua candidatura à presidência do Senado, como quer o PT: "Agora é oito ou 80. Ou eu serei o candidato da bancada do PMDB ou escolherei o caminho da oposição, que não sei se é o melhor para o país".

Crítica final
Uma das últimas frases do senador Lauro Campos (PDT-DF), que faleceu ontem em SP: "O neoliberalismo venceu".

Encalhe de governo
A ex-governadora do AP Dalva Figueiredo (PT) deixou estocados para seu sucessor, Waldez Góes (PDT), 20 mil exemplares de uma edição de final de ano de revista que trouxe um "ranking dos governadores". Desistiu de distribuí-los na última hora.

Conta em aberto
Segundo o secretário de Comunicação do AP, Olímpio Guarani, o contrato da gestão petista foi de R$ 118 mil e não será pago. Dalva teria se recusado a distribuir as revistas porque a edição destacava atos do antecessor, João Capiberibe (PSB).

Visita à Folha
André Puccinelli (PMDB), prefeito de Campo Grande (MS), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do jornalista Mário Serapicos.

TIROTEIO

De Paulo Pereira da Silva (Força Sindical), sobre Henrique Meirelles (BC) receber aposentadoria de US$ 750 mil anuais do banco FleetBoston:
- Ele vai atender os interesses do povo brasileiro, que lhe paga salário de R$ 8 mil mensais, ou os do patrão americano, que deposita R$ 200 mil todo mês na sua conta?

CONTRAPONTO

Orelha quente

A formação da chapa que elegeu José Aníbal presidente do PSDB em 2001 foi marcada por desencontros. A idéia inicial era nomear seis vice-presidentes, a fim de abrigar todas as tendências e regiões do país. O então líder do governo no Congresso, Arthur Virgílio (AM), seria o primeiro-vice-presidente, para contentar os tucanos do Norte.
Dias antes da convenção, Virgílio recebeu uma ligação avisando que ele não seria mais vice, e sim primeiro-secretário. No dia seguinte, foi informado de novo pelo telefone de que passara para vogal. Na véspera da convenção, nova ligação, agora com o cargo definitivo: primeiro-tesoureiro.
Minutos depois, o telefone de Virgílio tocou novamente. Dessa vez era FHC. O presidente reclamou da escolha:
- Não há nada que ridicularize mais um partido do que nomear um tesoureiro pobre.


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